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Produtora do Rock in Rio e Lollapalooza entra para ‘lista suja’ por trabalho escravo

Empresa apareceu no cadastro após uma operação que identificou 14 funcionários em condições precárias durante o festival em 2024

Cidades|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília

Trabalhadores que forneciam serviços para o Rock in Rio foram encontrados em condições análogas à escravidão Divulgação/MTE

A Rock World, empresa responsável por festivais como Rock in Rio, Lollapalooza e The Town, foi incluída na“lista suja” do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) na última sexta-feira (23). O cadastro reúne empregadores que submetem trabalhadores a condições de trabalho análogas à escravidão.

A inclusão ocorreu após fiscais encontrarem 14 funcionários de uma transportadora de equipamentos vinculada ao Rock in Rio 2024 em situação de trabalho precária.

A investigação foi conduzida no dia 22 de setembro do ano passado pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, em conjunto com a Auditoria Fiscal do Trabalho do MTE.

Segundo os órgãos envolvidos na força-tarefa, os trabalhadores foram flagrados dormindo entre papelões, lonas e sacos plásticos na sede da empresa, localizada no Rio de Janeiro.


As apurações também indicaram que os funcionários não receberam os valores acordados em contrato. Eles deveriam receber diárias de até R$ 150, conforme a carga horária. No entanto, relatos apontam que alguns chegaram a trabalhar até 21 horas em um único dia, sem o pagamento proporcional.

Na época, mulheres resgatadas relataram que precisavam usar uma caneca com água para tomar banho, devido à ausência de chuveiros elétricos no banheiro feminino da empresa.


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O outro lado

Ao R7, a Rock World afirmou que “repudia as acusações de trabalho análogo à escravidão e qualquer forma de trabalho que desrespeite a dignidade do trabalhador e a legislação vigente”.

A empresa também declarou que as “supostas irregularidades trabalhistas” foram cometidas por uma entidade terceirizada e que, até o momento, não há provas que confirmem as acusações.


“A Rock World reforça que todos os trabalhadores nos eventos produzidos seguem padrões rigorosos de contratação e que, há mais de 40 anos, preza pela promoção de entretenimento de alta qualidade, gerando um impacto de bilhões de reais na economia do país e mais de 20 mil empregos diretos e indiretos”, afirmou em nota.

Outros episódios

Esta não foi a primeira vez que o festival esteve envolvido em denúncias relacionadas a condições análogas à escravidão. Na edição de 2013, o MTE identificou 93 pessoas contratadas por uma rede de fast food em situação de trabalho exaustiva.

A empresa, terceirizada para atuar no atendimento ao público do Rock in Rio, exigia que os funcionários pagassem pelo credenciamento, além de custear passagem, hospedagem e ingressos para acessar o evento.

Dois anos depois, outra operação flagrou irregularidades em empresas contratadas para o Rock in Rio 2015. Na ocasião, funcionários de uma lanchonete que vendia batata frita usavam a própria remuneração para cobrir despesas com transporte, alimentação e hospedagem.

Segundo relatos, o valor pago não era suficiente para arcar com os custos.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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