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Protestos contra a Copa do Mundo levaram milhares de pessoas às ruas do Brasil em 2014

Evento também foi usado por diversas categorias como pressão para negociação política

Cidades|Do R7

Protestos contra a Copa do Mundo tomaram as ruas de diversas cidades do País antes da realização do campeonato
Protestos contra a Copa do Mundo tomaram as ruas de diversas cidades do País antes da realização do campeonato

As manifestações contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, que aconteceu entre os dias 12 de junho e 13 de julho deste ano, foram marcadas por violência, quebra-quebra e centenas de pessoas detidas. Os atos ocorreram em várias partes do País, principalmente nas cidades-sede dos jogos, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza. 

Em São Paulo, durante a comemoração do aniversário da cidade, no dia 25 de janeiro, cerca de 2.000 pessoas se reuniram na região da avenida Paulista. Um confronto entre policiais e manifestantes, durante a passagem do grupo pelo centro, se espalhou por diversos locais da capital. Durante a confusão, um Fusca foi incendiado por black blocs na rua Augusta.

No mês que antecedeu o mundial, os protestos se intensificaram, espalhando-se por diversas cidades. No dia 15 de maio, na região da Consolação, em SP, lojas foram depredadas e, de acordo com a Polícia Militar, 20 pessoas foram detidas, das 1.200 que participaram do ato. Pelo menos dois manifestantes ficaram feridos. Naquele mesmo dia, os protestos violentos ganharam o noticíario internacional.

Em um dos atos promovido pelo movimento "Se não tiver direitos, não vai ter Copa", a PM de São Paulo utilizou pela primeira vez a "armadura de Robocop". O equipamento é feito de material super-resistente e é equipado com um capacete que protege contra objetos pontiagudos, colete para o tronco e caneleira, joelheira e protetor de pés.


Outra tática inédita usada pela polícia de São Paulo durante os protestos foi o uso de um "pelotão ninja", especializado em artes marciais e sem armas de fogo. A manobra foi usada durante uma manifestação no centro da cidade, que terminou em confronto e mais de 100 pessoas detidas, inclusive jornalistas.

Policiais e manifestantes ficaram feridos durante protesto em Brasília
Policiais e manifestantes ficaram feridos durante protesto em Brasília

A violência se estendeu aos demais Estados. Tiros de bala de borracha, bombas de gás lacrimogênio e depredação se tornaram recursos comuns nos protestos. No Rio de Janeiro, a Corregedoria Interna da Polícia Civil abriu sindicância para apurar a conduta do Inspetor Luiz do Amaral, que foi flagrado dando tiros para o alto durante uma manifestação no entorno do estádio do Maracanã.


Com a proximidade dos jogos, os protestos começaram a perder força e o sentimento de indignação passou a dar espaço ao entusiamo dos jogos. Grupos cada vez menores continuaram na luta anti-Copa até o dia da abertura. 

Outros movimentos


Além dos grupos que constentavam diretamente os gastos para organização da Copa do Mundo, diversos movimentos sociais e sindicais - como sem-teto, motoristas de ônibus e professores - levaram às ruas suas pautas de reivindicação para aproveitar os holofotes direcionados ao evento internacional.

Em São Paulo, cerca de 7.000 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocuparam um terreno nas proximidades da Arena Corinthians, onde foi a abertura do campeonato. Chamada de "Copa do Povo", a ação levou a presidente Dilma Rousseff a receber lideranças do movimento e prometer, em uma rápida negociação, a construção de moradias populares no local.

Em maio, motoristas e cobradores de ônibus da Grande São Paulo paralisaram suas atividades durante uma negociação salarial. Os metroferroviários também ameaçaram fazer greve durante o Mundial, mas não levaram a medida a diante.

Em Natal (RN), os motoristas de ônibus da cidade cruzaram os braços, reduzindo as opções de transporte dos torcedores que iriam ver os jogos no Estádio das Dunas.

As construtoras envolvidas nas obras do Mundial também foram alvo de protestos pelo País. Em Belo Horizonte (MG), manifestantes denunciaram as mortes em serviço de trabalhadores envolvidos na construção dos estádios. Em São Paulo, os prédios de três construturas foram envadidos por movimentos sociais.

Veja imagens de ato no RJ:

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