Queda de avião: 35 corpos são identificados e 17 liberados aos familiares
Outros 18 corpos estão em processo de liberação e aguardam documentação complementar, segundo informações do IML de SP
Cidades|Do R7, em Brasília, com informações do Estadão Conteúdo
O IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo informou na manhã desta terça-feira (13) que conseguiu identificar 35 corpos retirados dos destroços do avião da Voepass, antiga Passaredo, que caiu em Vinhedo, no interior do estado. Segundo a última atualização, 17 restos mortais foram liberados aos familiares das vítimas. Ao todo, 62 pessoas morreram no acidente aéreo da última sexta-feira (9).
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Os outros 18 corpos estão em processo de liberação e aguardam documentação complementar.
Mais de 50 familiares foram acolhidos no Instituto Oscar Freire, espaço localizado próximo ao IML, onde especialistas colheram informações que pudessem ajudar na identificação das vítimas, como histórico de fraturas, tatuagens ou próteses, além da coleta de amostras de DNA.
O IML Central foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso. A unidade recebeu todos os 62 corpos das vítimas do desastre.
Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo, com apoio de equipes do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
“Cabe destacar que toda a retirada de corpos foi realizada por peritos do IC e IML, com apoio do Corpo de Bombeiros, seguindo protocolos internacionais com a finalidade de preservar ao máximo as vítimas, visando uma identificação mais ágil. Mesmo assim, cada caso possui sua complexidade e cada vítima necessita de exames específicos para viabilizar a total identificação, não sendo possível estimar prazos para que isso ocorra”, esclarece o governo estadual.
Investigações seguem em andamento
A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Delegacia de Vinhedo, instaurou inquérito policial para investigar o acidente aéreo, em paralelo às investigações do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Oito informações das caixas-pretas não foram gravadas
A Voepass operava com uma autorização temporária da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para não gravar oito informações das caixas-pretas. A decisão é de março do ano passado e abrange dados como as forças de comando de volante e pedais, funcionalidade dos freios e sistemas de pressão hidráulica.
O próprio documento afirma que a isenção abrange os parâmetros de voo “cujo objetivo primário é auxiliar em um processo de investigação de acidentes/incidentes”. Segundo a Anac, os parâmetros isentados não configuram prejuízo às investigações em curso, dispondo o Cenipa de capacidade técnica reconhecida internacionalmente para promover a apuração precisa com as informações disponíveis.
O relatório também aponta que a ausência da gravação não afetaria o desempenho da aeronave. “Do ponto de vista do impacto na segurança, a ausência de gravação desses parâmetros em si não afeta o desempenho da aeronave em termos de aeronavegabilidade e nem potencializa ou atenua qualquer efeito direto na segurança da operação, sendo classificado o risco como 1C, aceitável.”