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Queimadas arriscam futuro do agronegócio sustentável no Brasil, apesar de avanços na fiscalização

Segundo episódio da sério ‘O Futuro do Clima’, da RECORD NEWS, aborda a prática perigosa que destruiu 18 milhões de hectares em 2024

Cidades|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Queimadas no Brasil destruíram 18 milhões de hectares em 2024, afetadas por secas e mudanças climáticas.
  • Município de São Félix do Xingu foi o mais impactado, com 7.356 focos de calor registrados.
  • Pecuaristas utilizam queimadas ilegais para limpeza de pastos, afetando produção e causando escassez de alimentos para gado.
  • Monitoramento por satélite fez reduzir desmatamento em 11,8% em 2025, mas fiscalização e aplicação de multas ainda são desafios.

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O segundo episódio da série “O Futuro do Clima”, do Jornal da Record News, mostra como as queimadas, alimentadas por secas históricas ligadas às mudanças climáticas, extrapolam os campos e atingem as florestas na Amazônia. Mesmo com avanços tecnológicos e fiscalização mais intensa, as chamas ainda arriscam o futuro do agronegócio sustentável no Brasil. O município paraense de São Félix do Xingu foi o mais atingido em 2024, com 7.356 focos de calor.

Na região, o combate ao fogo depende de um difícil equilíbrio entre produção, cultura e meio ambiente. Atraídos pelo baixo custo, pequenos pecuaristas utilizam as chamas — de maneira ilegal — para realizar a limpeza dos pastos. Só no último ano, a prática destruiu quase 18 milhões de hectares.


Prática de baixo custo se tornou cultural, mas seus efeitos têm grande impacto para a natureza e a população da região Reprodução/Record News

Antonio Carlos Batista fala das dificuldades enfrentadas pelos produtores locais. “Mão de obra é cara, veneno é caro, drone ou avião para jogar veneno é caro, não tem financiamento do poder público, para poder suprir essa parte”.

Já Gleyson Carvalho, que trabalha como capataz, avalia os impactos sofridos pelos animais. “Por um lado é bom, por outro lado é ruim”, diz. Enquanto há redução de custos, a queima provoca escassez de alimentos para o gado.


A população indígena também é diretamente atingida. As nuvens de fumaça geradas pela queima da vegetação afetam aldeias Caiapós, onde famílias relatam dificuldades para respirar devido aos gases tóxicos. “A gente dormia com aquele tempo fechado, amanhecia com o tempo fechado de tanta fumaça”, conta a professora Maria de Fátima Barbosa.

Dalmi Pereira, pequeno produtor, destaca como as distâncias dificultam a fiscalização: “Hoje tem telefone, tem internet. O pessoal liga, ‘olha, está chegando aí as viaturas da polícia, do Ibama’. Aí a pessoa está trabalhando, até com um trator na beira da estrada, esconde aquele trator, esconde aquela máquina e foge”.


Mas o monitoramento por satélite ajudou a reduzir os incêndios em 2025 — ao longo de 12 meses, a queda do desmatamento foi de 11,8%. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diz que, se antes existia uma profusão de alertas e baixa fiscalização, hoje se tem mais operações do que alertas, dados pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real.

Em 2025, 4.300 bombeiros, 800 viaturas e 11 aeronaves foram mobilizados para controlar incêndios no maior bioma do Brasil. Mas a aplicação de multas e sanções ainda é um desafio. O controle de incêndios e o monitoramento mostram resultados, mas a segurança ambiental depende de educação, boas práticas e apoio popular.

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