‘Responsabilidades precisam ser assumidas’, diz Guterres na cúpula de líderes da COP30

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, comentou, durante a abertura da cúpula de líderes da COP30 realizada em Belém na manhã desta quinta-feira (6), afirmou que o planeta está na “linha vermelha” do clima e destacou a necessidade de implementar as ações discutidas nos eventos anteriores, em especial os fundos de investimento.

O secretário-geral mencionou a transição energética, com recursos mais limpos e acessíveis, demonstrando a importância de um trabalho conjunto entre as nações desenvolvidas com os países de menor renda. “Responsabilidades precisam ser assumidas”, afirmou o líder ao defender as negociações políticas e o pagamento de impostos por entes e lobbies que possuem responsabilidades climáticas.

“As políticas de investimento devem apoiar a mitigação climática e não ameaçá-la. Nós devemos demonstrar um caminho claro para alcançar o investimento de US$ 1,3 trilhão [cerca de R$ 7 trilhões, na cotação atual] por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2075, como concordado na COP29″, declarou Guterres.

Com foco nas comunidades mais afetadas pelas mudanças, o secretário-geral reafirmou a necessidade da implementação urgente de mudanças, principalmente com recursos para a adaptação e alívio de dívidas para esses povos com a justiça climática. Outro ponto defendido por ele foi a importância do respeito e trabalho conjunto com as comunidades indígenas, considerando a participação desses grupos essencial para uma melhor qualidade do planeta.

“As pessoas podem contar com as Nações Unidas nessas propostas de um programa de desenvolvimento para construir essas arquiteturas e trabalhar pelo sistema para apoiar os países em desenvolvimento durante o plano de implementação”, finalizou o líder.

COP30 no Brasil

A partir da próxima segunda-feira (10), os olhos do mundo estarão em Belém do Pará, para a realização da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). Com a presença confirmada de 143 delegações no evento e expectativa de 55 mil participantes, a conferência visa buscar novos rumos para o enfrentamento das mudanças no clima do mundo e colocar em prática projetos discutidos nos encontros anteriores.

Com a floresta Amazônica de fundo, o evento traz as lideranças mundiais para um debate sobre transição energética e utilização de combustíveis fósseis, além das metas para evitar que o planeta não ultrapasse o limite de 1,5 °C de aquecimento nos próximos anos. Outro ponto que deve entrar no debate das delegações são as responsabilizações dos entes poluentes e meios de ajuda aos países em desenvolvimento que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas.

Apesar de um evento de escala global, a edição deste ano não deve contar com a presença de alguns chefes de Estado, como o americano Donald Trump e seu par argentino, Javier Milei. A ausência dos líderes pode ser vista com preocupação, uma vez que ambos os presidentes vêm tecendo críticas acerca dos papéis de cada país no financiamento de projetos para a mitigação dos avanços das alterações no clima.

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