Serviços de streaming pirata são alvo de força-tarefa; professor explica risco desses aparelhos

A conexão entre um esquema de pirataria de serviços de streaming e facções criminosas foi o que motivou a “Operação 404”, uma força-tarefa internacional conduzida desde 2019 e liderada pelo Ministério da Justiça do Brasil.

Depois de sua oitava fase, 535 sites e um aplicativo de streaming pirata foram derrubados. Também foram removidos conteúdos em áudio e vídeo, como filmes, jogos e músicas. Quatro mandados de prisão preventiva e três prisões em flagrante foram executadas nesta fase.

A equipe da operação é composta ao todo pela Polícia Civil de 15 estados brasileiros e autoridades da Argentina, Equador, Paraguai, Peru e Reino Unido. Os investigadores fizeram buscas em grupos em aplicativo de mensagem e na “deep web”, o submundo da internet que abriga páginas ocultas, para identificar os serviços ilegais e as centrais de controle, além de rastrear criminosos por números de telefone e contas bancárias.

Muitos brasileiros ainda utilizam a mercadoria pirateada, mas o professor da FGV Direito Rio Gustavo Kloh alertou no Conexão Record News desta quinta (04):.

“Estas caixinhas não são certificadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) então elas representam um risco para a rede da sua casa [...] Elas são um caminho para que a sua rede pessoal seja invadida e é assim que podem entrar no seu aplicativo de banco, podem olhar o que está na tela do seu celular, seus e-mals de trabalho e eventualmente podem aplicar um golpe e dar prejuízo.”

Kloh destaca os avanços da lei em combater este tipo de crime: “Muitas vezes os servidores que alimentam esses aparelhos ficam fora do país, o que é um dificultador, mas, a partir do momento que começamos a identificar padrões, conseguimos bloquear o acesso brasileiro a essas máquinas. Acho que foi necessário as autoridades terem conseguido fazer uma investigação mais prolongada e, agora caso a pessoa queira ou não, a caixinha dela vai parar de funcionar.”

O professor afirma que, ao pagar pelo serviço de uma das caixinhas, o consumidor está financiando diretamente golpistas que visam somente o próprio ganho e dá conselhos de como ficar seguro nesta situação.

“Ter o selo da Anatel é um excelente indicativo de que aquele aparelho está dentro da legalidade. Outro fator que merece atenção é verificar se ele fornece serviços de streaming pagos de maneira gratuita. É extremamente estranho que isso aconteça.”

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