SP, Brasília e mais duas capitais devem renovar recordes, mas calorão tem prazo para diminuir
Com chuvas, as altas temperaturas devem dar um refresco a partir de sexta-feira (17), embora termômetros continuem acima dos 30ºC
Cidades|Sandra Lacerda*, do R7
As cidades de São Paulo (SP), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Teresina (PI) devem bater recordes sucessivos de temperatura para o ano até esta quinta-feira (16), segundo o Climatempo. Porém, por causa da chuva, a tendência é que as temperaturas diminuam a partir de sexta-feira (17), embora os termômetros continuem com registro superior a 30ºC.
A cidade de São Paulo deve apresentar o terceiro recorde de temperatura, considerado apenas o mês de novembro. Na segunda-feira (13), a marca foi de 37,8°C, e nesta quinta é esperado que os termômetros alcancem os 38ºC. A média para a capital paulista nesta época do ano é de 26,9ºC.
Em Brasília, no Distrito Federal, a temperatura deve chegar aos 36ºC, superando o recorde anterior, de 34,8ºC. Em novembro, a capital federal registra médias de 27ºC, de acordo com o Climatempo.
Em Teresina, onde costuma fazer, em média, 36ºC em novembro, há possibilidade de os termômetros ultrapassarem os 40ºC, a mesma marca prevista para Goiânia amanhã (nesta época, com média de 31,1ºC).
Os estados de Amazonas, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Maranhão e o Distrito Federal estão em alerta vermelho para altas temperaturas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Chuvas e queda de temperatura
A onda de calor deve ser amenizada no fim de semana, com chuvas nas regiões mais próximas do sul do país, e a temperatura deve voltar para perto das médias históricas, segundo o Climatempo.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um alerta para fortes pancadas de chuva entre sexta (17) e domingo (19), provocadas pela soma do calor com a umidade que vem da Amazônia e pela passagem de uma frente fria.
Segundo o órgão, há possibilidade de raios, chuvas de granizo e rajadas de vento intensas, com variação de velocidade entre 60 km/h e 80 km/h e até mesmo 100 km/h em alguns locais. Nas áreas mais vulneráveis, existe risco de deslizamentos, desabamentos, alagamentos, enchentes e ocorrências relacionadas a descargas elétricas, vento forte e granizo.
Nas regiões no Norte do país, o tempo pode continuar seco e sem chuvas. A meteorologista do Climatempo Maria Clara Sassaki explica que isso ocorre porque a frente fria e áreas de instabilidade que vêm do sul ficam bloqueadas.
"Tem uma alta pressão no interior que serve como se fosse uma barreira de ventos. Então, quando uma frente fria ou uma área de instabilidade tenta avançar, encontra essa barreira e não consegue", diz.
Quais são as causas da onda de calor?
A meteorologista Deise Moraes, do Inmet, afirma que alguns fatores explicam o calor excessivo e fora de época, como o El Niño (o aquecimento acima da média das águas do oceano Pacífico equatorial) e o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.
"As ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos que inibem a formação de chuvas e o avanço dos sistemas frontais. Com isso, há a incidência de raios solares mais intensos", acrescenta Moraes.
O El Niño dificulta, ainda, a formação de corredores de umidade e afeta a circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, o que ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil, com chuvas que ocorrem de forma mais isolada.
Sensação térmica
A sensação térmica no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (14), chegou a 58,5°C. Já houve, porém, chuva de granizo e queda de árvores nesta quarta-feira (15).
A meteorologista Maria Clara Sassaki explica que a sensação térmica não é um valor medido, mas uma estimativa calculada com base em valores de temperatura real, velocidade do vento e umidade relativa do ar.
"Se a temperatura está alta, os ventos, calmos, e a umidade, alta, a tendência é que a sensação seja maior que a temperatura real. Se os ventos estiverem calmos, e a umidade, baixa, a sensação é igual à temperatura real", esclareceu a especialista.
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* Estagiária do R7, sob supervisão de Raphael Hakime