'Uma situação sem precedentes no estado, um cenário de guerra', diz agente que atuou em escolas no ES
Polícia afirma que não descarta linhas de investigação, mas acredita que o ato foi ataque isolado e tranquiliza a população
Cidades|Fabíola Perez, do R7
A polícia do Espírito Santo afirmou, nesta segunda-feira (28), durante coletiva de imprensa, que os ataques às escolas da cidade de Aracruz são "situações sem precendentes" no estado. "Nos deparamos com um cenário de guerra, nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar algo assim", afirmou o tenente Farias, que participou das buscas pelo adolescente que admitiu ter osquestrado a ação.
As forças policiais do estado realizaram uma coletiva de imprensa nesta manhã para detalhar os rumos da investigação sobre a ação do jovem na escola Primo Bitti e em um colégio particular do bairro de Coqueiral. O atentado deixou, até o momento, quatro mortos e ao menos 12 pessoas feridas. O coronel Márcio Celante também pediu "tranquilidade" à população e disse que a ação foi isolada.
Na coletiva, o major Edsandro Vieira Crema, morador de Coqueiral, disse que foi informado do atentado às 9h45. "Tomei ciência por meio de um aplicativo de comunicação do bairro e prontamente me desloquei para a primeira escola, e já estavam chegando as ambulâncias. Como já havia uma estabilização das equipes de socorro, parti para uma varredura para saber quantos atiradores seriam e comecei a organizar as equipes pontos de bloqueio e de busca dos culpados."
"Quando recebemos a notícia de um ataque na segunda escola, pedi que evacuassem todas a escolas, organizei as equipes de segurança até a apreensão do adolescente. De imediato, começamos as buscas em uma ação integrada, policiais de folga nos auxiliaram na coleta das informações."
A polícia afirmou que logo identificou os tipos de armamento que o jovem utilizava e identificou o endereço em que ele poderia estar. Segundo a investigação, o jovem inicialmente negou a autoria das ações, mas depois teria confessado o atentado. "Foi feita a apreensão do armamento e da indumentária que ele utilizava no ataque."
Vítimas tinham estilhaços, traumas e torsões, dizem bombeiros
De acordo com o Copo de Bombeiros, o batalhão de Aracruz foi acionado e se deslocou rapidamente para as instituições com ambulâncias. "Foi uma chegada rápida com outras viaturas, logo de cara foram detectados de três óbitos. Algumas pessoas foram transferidas para hospitais; essas vítimas tinham estilhaços, traumas na cabeça e na região torácica, tinham também torsão de pé, característico de um abandono rápido de local." No sábado (26), o quarto óbito foi confirmado.
A polícia destacou ainda que os agentes agiram de forma integrada e "deram as respostas que a sociedade capixaba esperava naquele momento". De acordo com o delegado Francisco, a investigação não excluirá nenhuma possível linha de investigação. "Todos os envolvidos, todas as pessoas que tiveram participação serão investigadas e nos aprofundaremos para esclarecer todos os pontos."
O ataque foi, em princípio, segundo a polícia, um fato isolado. As investigações poderão confirmar essa hipótese.