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123milhas tem prejuízo de R$ 1,67 bilhão no 1º semestre do ano

As perdas no mesmo período do ano passado foram de R$ 13,13 milhões; ações contra a companhia somam R$ 231,8 milhões

Economia|Do R7

Carrinho com placa da 123milhas em aeroporto de SP
Carrinho com placa da 123milhas em aeroporto de SP

Nos primeiros seis meses deste ano, a 123milhas teve prejuízo líquido de R$ 1,671 bilhão. No mesmo período de 2022, as perdas haviam sido de R$ 13,134 milhões. Os dados constam do balanço da companhia, documento entregue junto com o pedido de recuperação judicial, protocolado na Justiça de Minais Gerais na terça-feira (29). A receita líquida da companhia foi de R$ 148,5 milhões no período.

Trata-se de um crescimento de 30% em relação ao primeiro semestre de 2022, mas os custos da empresa também dispararam: subiram mais de 15 vezes em um ano, para R$ 825,6 milhões.

Adicionalmente, a 123milhas teve perdas de R$ 818,6 milhões nos primeiros seis meses deste ano, devido à desvalorização de ativos, por exemplo, com o item contas a receber de clientes. Todos esses fatores combinados levaram à perda registrada no período.

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Os valores dos ativos foram impactados, segundo a companhia, pelos problemas com o produto Promo, o que levou à decisão de suspender as viagens programadas para o período entre setembro e dezembro. "Em nova análise e mensuração de tal ativo, os valores de recuperabilidade mostraram-se muito abaixo da expectativa anterior, os quais foram ajustados para que reflitam a nova realidade do negócio", justificou a companhia.


A 123milhas afirmou que, até o fechamento do balanço, não foi possível mensurar com precisão os passivos contingentes (relativos a eventos futuros) relacionados aos pacotes Promo.

O balanço aponta, ainda, que, entre dezembro do ano passado e junho deste ano, o patrimônio líquido da 123milhas saiu de R$ 5,8 milhões negativos para R$ 1,676 bilhão negativo. A maior variação foi na conta de contratos a embarcar, referentes a passagens compradas pelos clientes e que ainda precisavam ser honradas.


O montante nessa linha que a empresa tinha de honrar em até um ano somava R$ 774,27 milhões em junho, alta de mais de seis vezes em um semestre. O volume a honrar mais de 12 meses à frente era de R$ 260,05 milhões, alta de mais de três vezes no mesmo período.

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O número retrata o problema que levou à crise da companhia: a 123milhas vendia aos clientes um produto que permitia que comprassem uma espécie de "promessa de viagem", a um preço mais barato, em que a emissão dos bilhetes aconteceria em um momento posterior, quando a empresa encontrasse no mercado passagens aéreas que tivessem preço equivalente ao pago pelo consumidor.

Esse programa era estruturado sob duas premissas: a de que o preço das passagens cairia após o período de restrições provocadas pela Covid-19; e de que os clientes comprariam mais produtos e serviços. Nenhuma dessas duas premissas se confirmou.

Processos na Justiça

O documento apresentado à Justiça de Minais Gerais lista cerca de 16,6 mil processos movidos por pessoas físicas contra a empresa, de valores variados. Essas ações somam R$ 231,8 milhões, sendo a maior delas no valor de R$ 1,2 milhão. Não há detalhes sobre os motivos de cada uma.

Ao todo, a 123milhas declarou ter R$ 2,3 bilhões em dívidas ao pedir recuperação judicial. A companhia ainda deve entregar parte dos documentos referentes ao processo, como a lista completa de credores.

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