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Apps de bancos se popularizam e conquistam cada vez mais usuários

Aumento da segurança e interfaces que permitem uma navegação fácil fizeram crescer interesse dos clientes bancários pelo 'mobile banking'

Economia|Fernando Mellis, do R7

Média é de 800 operações bancárias em apps a cada segundo
Média é de 800 operações bancárias em apps a cada segundo

Após muitos anos indo ao banco para sacar a aposentadoria, Luiza Santana, de 72 anos, decidiu começar a usar o cartão, a partir de 2010, para saques em caixas eletrônicos e compras no débito. O tempo foi passando, ela ganhou um smartphone de presente da filha e no ano passado acabou convencida a utilizar o aplicativo do banco onde possui conta.

"Um dia fui na agência resolver um negócio e a gerente disse que era para eu habilitar meu acesso [ao app]. Pensei que fosse uma coisa muito difícil, mas se você for ver é até mais simples que o caixa eletrônico. [...] Outro dia estava um temporal e eu tinha contas para pagar. Já pensou se precisasse ter que sair de casa?", diz.

O comportamento da aposentada se assemelha ao de milhões de brasileiros que nos últimos anos decidiram substituir caixas eletrônicos e até o internet banking (site do banco acessado pelo computador) pelo mobile banking (aplicativo do banco para smartphones).

Na App Store (Apple), os aplicativos de seis bancos estão entre os 50 mais baixados nas últimas semanas. Todas as grandes instituições financeiras do país possuem apps para seus clientes. O acesso pode exigir o cadastro de uma senha específica, dependendo de cada banco.


A cada segundo, mais de 800 operações são feitas por meio de apps bancários no Brasil: um total de 25,6 bilhões em 2017.

Segundo dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o volume de transações feitas pelos aplicativos das instituições financeiras cresceu 70% em 2017, na comparação com o ano anterior.


A média foi de 434 transações por conta nos últimos seis meses do ano passado. Seria como se cada pessoa que utiliza o mobile banking fizesse de duas a três transações por dia, como consulta de saldo, transferência, pagamento de contas, entre outras.

Para se ter ideia, a contratação de empréstimos pelo celular cresceu 141% no ano passado. Apesar disso, é para transações sem movimentação financeira, como consulta a saldos e extratos, que os brasileiros mais utilizam os apps bancários — 93% do total das operações de mobile banking não envolvem movimentação financeira.


Vale a pena ter uma conta digital? O R7 tira as suas dúvidas

Nos últimos três anos, a tecnologia avançou o suficiente para conquistar até mesmo clientes desconfiados. A facilidade falou mais alto, explica Luiz Antonio dos Santos, diretor de tecnologia da Montreal, empresa que desenvolve ferramentas para diversos bancos brasileiros.

"Hoje, a segurança e a facilidade do uso desses aplicativos fazem com que eles tenham cada vez mais adeptos. Eu diria que os smartphones mais modernos garantem isso, com reconhecimento facial, impressões digitais...", observa.

As estratégias dos bancos para atrair clientes para as plataformas móveis são as mais diversas. O Itaú, por exemplo, criou uma versão 'light' do app, para quem tem pouco espaço no celular. Já os apps do Bradesco e do Santander não consomem dados da franquia móvel.

As agências passam a ser locais onde os clientes vão quando realmente precisam. Em 2017, foram fechadas 1.600, de acordo com a Febraban. Ainda assim, são 21,8 mil em todo o país.

Por outro lado, o número de agências digitais triplicou no ano passado, chegando a 373. Esse novo modelo de agência inclui ferramentas como chat, telefone e chamada de vídeo para que cliente e funcionários do banco possam interagir.

Aumento da bancarização

Em um país onde cerca de 70% dos lares possuem acesso à internet, sendo que em 97% deles o smartphone é a principal forma de utilização do serviço, a inclusão daqueles que ainda não estão bancarizados pode ser facilitada pela tecnologia.

Com 199 milhões de CPFs ativos, segundo a Receita Federal, o Brasil tem cerca de 140 milhões de clientes bancários, de acordo com dados do Banco Central.

"É um movimento irreversível [o aumento do uso dos apps bancários]. Tem iniciativas no exterior até de bancarização de grandes camadas da população por meio de bancos digitais. Na Índia, por exemplo, toda a parte do microcrédito é feita em cima de app", acrescenta o diretor da Montreal.

O Banco Central permitiu a abertura de contas online em meados de 2016. A quantidade de contas criadas por meio de apps para smartphone saltou de 591 mil (2016) para 1,6 milhão (2017) e a expectativa do setor bancário é de que esse número continue em alta. 

O processo de abertura de conta online varia de acordo com a instituição, mas pode levar poucos minutos. Em alguns casos, o interessado precisa fazer um rápido cadastro, enviar fotos dos documentos e da assinatura e uma selfie. O cartão para movimentar a conta é recebido no endereço informado.

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