Banco Central reduz de 8,5% para 6% a expectativa de inflação para 2022
Autoridade monetária afirma que nova projeção ainda foi pouco afetada pelas reduções de impostos que têm puxado os preços para baixo nos últimos meses
Economia|Do R7
O BC (Banco Central) revisou nesta quinta-feira (29) sua projeção de inflação de 8,5% para 6%. A análise surge em linha com as duas deflações recentes apuradas pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), atualmente 8,73% no acumulado de 12 meses até agosto.
De acordo com as informações apresentadas no RTI (Relatório Trimestral de Inflação), a projeção segue “ainda distante do limite superior do intervalo de tolerância ao redor da meta de inflação (5%)”.
Junto com a nova projeção, o BC passou a avaliar que a possibilidade de o IPCA encerrar 2022 dentro do intervalo de tolerância da meta, antes inexistente (100%), recuou para 93%. Para 2023, no entanto, a probabilidade do furo do limite estabelecido pela CVM (Comissão de Valores Monetários) avançou de 29% para 46%.
No documento, os diretores do BC reconhecem que as projeções ainda haviam sido pouco afetadas pelas medidas tributárias que têm puxado os preços para baixo. A avaliação leva em conta a redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica nos estados e pelo corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022. O alívio deve ser sentido pelas famílias até o fim deste ano.
“A análise desagregada das projeções dos analistas revela que a redução das expectativas para o ano corrente foi concentrada em preços administrados, com alguma contribuição de bens industriais. Em sentido contrário, houve aumento das estimativas para os preços de alimentação e, principalmente, serviços”, afirma a autoridade monetária.
O Relatório Trimestral de Inflação mostra ainda que expectativas de inflação para os anos de 2023 e 2024 estão maiores. Para o ano que vem, a mediana das expectativas passou de 4,7% para 5,01% e segue acima do teto da meta para o ano (4,75%), com revisão concentrada nos preços do setor de serviços. Já para 2024, a previsão passou de 3,25% para 3,5%, acima do centro da meta, estabelecida em 3%.