Banco Central revisa estimativa e prevê melhora para PIB de 2020
Segundo relatório divulgado nesta quinta, BC agora prevê uma queda de 4,4% no PIB, uma melhora frente a contração de 5% estimada anteriormente
Economia|Do R7
O Banco Central revisou sua estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) para 2020 a uma contração de 4,4%, melhora frente a uma queda de 5% vista anteriormente, conforme Relatório Trimestral de Inflação publicado nesta quinta-feira (17).
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Já para o PIB do ano que vem, o BC piorou levemente sua projeção para ano que vem a um crescimento de 3,8%, contra alta de 3,9% calculada em setembro.
Em comparação, o Ministério da Economia prevê alta do PIB de 3,2% em 2021, após recuo de PIB de 4,5% este ano. Já os economistas ouvidos pelo BC no mais recente boletim Focus projetam uma expansão da atividade de 3,50% no ano que vem e tombo de 4,41% neste.
Quanto à política monetária, o BC reforçou a mensagem que já vinha ressaltando em suas últimas comunicações públicas.
Na semana passada, o BC manteve a Selic em sua mínima histórica de 2% ao ano pela terceira reunião consecutiva do Copom (Comitê de Política Monetária) e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não elevar os juros básicos — via forward guidance — podem em breve não estar mais satisfeitas.
Apesar disso, o BC destacou que uma alta da Selic não seria um processo mecânico.
Investimentos estrangeiros
O Banco Central piorou expressivamente sua perspectiva quanto ao IDP (Investimento Direto no País) este ano, calculando que ele será de 36 bilhões de dólares, ante projeção anterior de 50 bilhões de dólares, feita em setembro.
"Houve forte redução na projeção de IDP ... em virtude do resultado dos últimos meses, que refletem lucros reinvestidos em patamar mais deprimido e amortizações de operações intercompanhia acima do projetado no cenário anterior", disse o BC.
Para o ano que vem, a previsão para o IDP também caiu a 60 bilhões de dólares, contra patamar de 65,2 bilhões de dólares visto em setembro.
No relatório, o BC ajustou sua estimativa para o déficit em transações correntes a 7 bilhões de dólares em 2020, abaixo do rombo de 10,2 bilhões de dólares projetado em setembro. Segundo o BC, isso reflete "o desempenho favorável das exportações".
Para 2021, a projeção agora é de déficit em conta corrente de 19 bilhões de dólares, acima do patamar de 16,7 bilhões de dólares calculado antes.
Inflação
O Banco Central manteve sua estimativa de inflação para 2020 no cenário de referência, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a PPC (Paridade do Poder de Compra). Segundo o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), divulgado nesta quinta-feira (17), este cenário indica um IPCA de 4,3% para este ano. O porcentual é o mesmo que constou na ata e no comunicado do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária).
Para 2021, o cenário de referência indica que o IPCA ficará em 3 4%, também igual à ata e ao comunicado. A projeção para o IPCA de 2022, pelo cenário de referência, também está em 3,4%. Para 2023, a estimativa está em 3,3%.
Para 2020, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%). Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 (taxa de 1,75 a 4,75%).