Inflação

Economia Banco passa a ver Selic de 11,25% e contração do PIB de 0,5% em 2022

Banco passa a ver Selic de 11,25% e contração do PIB de 0,5% em 2022

Com taxa de juros mais alta, previsão é de declínio 'moderado' da atividade econômica no próximo ano no Brasil

Reuters
Pessoas caminham entre camelôs em rua no centro do Rio de Janeiro

Pessoas caminham entre camelôs em rua no centro do Rio de Janeiro

Ricardo Moraes/Reuters-1º/9/2020

O Itaú Unibanco elevou para 1,50 ponto percentual a expectativa de aumento do juro básico da economia brasileira nesta semana, prevendo outro acréscimo da mesma intensidade em dezembro e novas altas posteriores que levarão a taxa Selic a 11,25% no fim do ciclo de aperto monetário.

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Antes, o banco estimava dois aumentos seguidos de 1 ponto e um final de 0,75 ponto em fevereiro, que levariam o custo dos empréstimos a 9% na conclusão do ciclo de restrição monetária.

De acordo com o Itaú, uma alta dos juros agora entre 1 ponto e 1,25 ponto seria uma resposta "inadequada", enquanto um ritmo acima de 1,50 ponto provavelmente levaria a um juro terminal que imporia à economia uma recessão profunda.

"O meio-termo não evitará uma recessão, mas contribuirá para limitar o aumento das expectativas de inflação", disse em relatório intitulado "Contenção de danos" a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central.

"Embora a discussão sobre dominância fiscal pareça exagerada no momento, é verdade que, sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do BC de manter a inflação na meta se torna mais difícil", disse.

Com taxa de juros mais alta, o Itaú passou a prever declínio "moderado" da atividade econômica em 2022, de 0,5%, diante do prognóstico anterior de expansão de 0,5%.

"Apesar das taxas de juros mais altas, a maior incerteza fiscal irá, como indicado pela recente reação do mercado, limitar o espaço para a valorização do real. Agora projetamos taxa de câmbio em R$ 5,50 por dólar no final de 2021 e 2022, contra R$ 5,25 em nosso cenário anterior", complementou o relatório.

A taxa de câmbio mais fraca aumentará as pressões inflacionárias, mas, para o Itaú, o "controle de danos" do BC deve limitar um contágio maior da inflação. Assim, o IPCA vai ficar em 4,3% no ano que vem — acima da taxa de 4,2% prevista antes pelo banco privado e da meta de inflação (3,50%), mas bem abaixo da leitura de 9,0% estimada para 2021 (8,7% no cenário anterior).

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