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BC cita preços elevados dos serviços e põe em dúvida novos cortes da taxa básica de juros

Comitê de política monetária indica que a inflação do setor poderá justificar 'ritmo mais lento de distensão monetária'

Economia|Do R7, em Brasília

BC indicou 'ritmo mais lento de distensão monetária'
BC indicou 'ritmo mais lento de distensão monetária' Leonardo Sá/Agência Senado

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (26) a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) referente à reunião da semana passada, quando cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, de 11,25% para 10,75% ao ano. No documento, o BC ressaltou a previsão de manter o mesmo ritmo de queda da Selic na próxima reunião, mas encurtou a indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas.

"Alguns membros argumentaram que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir", diz o texto.

Na semana passada, o comitê decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. Foi o sexto corte seguido, acompanhando a sequência de quedas iniciada em agosto de 2023. O atual patamar da Selic se iguala ao de fevereiro de 2022.

No texto divulgado nesta terça, o BC manteve, unanimemente, que a taxa de juros e sua respectiva trajetória serão aquelas "necessárias para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária".


O Copom informou que não houve alteração substancial sobre o cenário de crescimento, mas, diante das incertezas, considerou apropriado ter maior flexibilidade para conduzir a política monetária apropriada para o atingimento da meta de inflação.

“Ainda que a comunicação já contivesse uma condicionalidade embutida, avaliou-se que não trazia a flexibilidade requerida. Além disso, argumentou-se que uma retirada tardia, possivelmente vista como uma promessa não cumprida, deveria ser evitada”, afirmou.


Segundo a ata, o cenário de inflação se mostra mais incerto. Na avaliação do BC, se por um lado há algum arrefecimento nas projeções de alimentação para o curto prazo, revertendo os aumentos recentes, e bens industriais mantêm trajetória benigna, por outro lado, "a recorrência de surpresas inflacionárias na inflação de serviços suscita dúvidas sobre a velocidade da desinflação prospectiva". 

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra."

Com o cenário mais incerto, o Copom concluiu que há a necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária. "O comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira."

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