BC eleva para 2% projeção de crescimento do PIB neste ano
Expectativa apresentada pelo Relatório Trimestral de Inflação é 0,8 ponto percentual maior do que a mostrada em março
Economia|Do R7
O crescimento acima do esperado da economia brasileira no primeiro trimestre fez o BC (Banco Central) elevar de 1,2% para 2% sua aposta de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, de acordo com estimativas apresentadas nesta quinta-feira (29) pelo RTI (Relatório Trimestral de Inflação).
"A revisão reflete, primordialmente, surpresas positivas em algumas atividades da indústria e do setor de serviços no primeiro trimestre, além de melhora nos prognósticos para a agricultura", destaca a autoridade monetária.
Apesar da melhora das estimativas, o BC afirma que a projeção ainda reflete um cenário de desaceleração da atividade econômica, motivada pela diminuição do ritmo de crescimento global e pelos impactos cumulativos da política monetária doméstica.
"A previsão de variações trimestrais modestas para a indústria e para os serviços ao longo do restante do ano foi mantida. A agropecuária deve ter evolução distinta, refletindo prognósticos para as diversas culturas agrícolas e a distribuição de suas colheitas ao longo do ano", destaca o documento.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
"Após a forte alta nos primeiros três meses do ano, impulsionada pela safra recorde de soja, o setor deve recuar nos trimestres seguintes, contribuindo para a desaceleração do PIB, tanto por seu impacto direto como por sua influência nos demais setores", completa o RTI.
Em relação aos componentes da demanda interna, o BC afirma que os resultados no primeiro trimestre não se distanciaram substancialmente dos esperados e confirmam a perda de dinamismo da economia, o que deve perdurar nos próximos trimestres. Já pela ótica da produção, a alta na projeção do PIB anual reflete aumento nas projeções para os três setores.
Na análise entre os grandes setores, a projeção de crescimento da agropecuária passou de 7% para 10%. Na indústria, a estimativa de avanço foi elevada de 0,3% para 0,7%, com maior crescimento da indústria extrativa e da “produção e distribuição de eletricidade, gás e água”.
No setor de serviços, responsável por 70% de toda a produção brasileira, a expectativa de crescimento passou de 1% para 1,6%, repercutindo surpresas positivas em algumas atividades. “Houve ainda elevação na projeção para a atividade de comércio, cuja variação no primeiro trimestre, apesar de modesta, também foi acima da prevista, possivelmente beneficiada pela alta na agropecuária”, diz o BC.