O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (9) o documento com as motivações que resultaram na 12º alta seguida de taxa básica de juros da economia brasileira. Com o novo ajuste de 0,5 ponto percentual, a taxa Selic atingiu o patamar de 13,75% ao ano, o maior nível desde o início de 2017. Na ata, os diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) deixam em aberto a possibilidade de encerramento do ciclo de alta dos juros, possibilidade avaliada pelo mercado financeiro. "O Comitê optou por sinalizar que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na próxima reunião, com o objetivo de trazer a inflação para o redor da meta no horizonte relevante", destaca o documento. Caso seja confirmada, a alta de 0,25 ponto percentual representará a 13ª elevação consecutiva de uma série iniciada em março de 2021 para conter a inflação. O movimento acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento. Diante do cenário, o Copom afirma que "seguirá vigilante e avaliará se somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo assegurará tal convergência" da inflação de volta para o centro da meta. Para o colegiado, o ajuste de 0,5 ponto percentual foi considerado o mais apropriado "frente a um ambiente de elevada incerteza, apesar do estágio já significativamente contracionista da política monetária". A percepção ocorre mesmo com as defasagens que devem "impactar a economia mais fortemente a partir do segundo semestre deste ano". "O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024", destaca a ata.