Black Friday 2020 deve crescer nas vendas online com a pandemia
Segundo pesquisa da ABComm, a estimativa para o evento deste ano é de crescimento de 77% nas vendas em relação a 2019, atingindo R$ 6,9 bi
Economia|Do R7
No dia 27 de novembro será realizada a edição de 2020 da Black Friday, um dos principais eventos no calendário do varejo físico e do comércio eletrônico do Brasil. A expectativa para a data é de aumento nas vendas principalmente no e-commerce.
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De acordo com levantamentos realizados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e pela consultoria Ebit/Nielsen, o faturamento da Black Friday 2020 será maior do que no ano passado, quando bateu recorde nas vendas online. Dentre os motivos que explicam o crescimento, o principal deles é unânime: o isolamento provocado pela pandemia de covid-19, que já preparou o consumidor para as compras virtuais.
Segundo pesquisa da ABComm, em parceria com o Neotrust-Compre&Confie, a estimativa para o evento deste ano é de crescimento de 77% nas vendas em relação a 2019, atingindo a marca de R$ 6,9 bilhões. A previsão considera o período que vai da quinta anterior até segunda-feira pós-Black Friday.
Para a Ebit Nielsen, a projeção é de alta de 27% nas vendas na comparação com o ano anterior. Os cálculos consideram as vendas efetuadas entre a quinta anterior e a sexta-feira.
Em 2019, a campanha também trouxe resultados positivos para as lojas online. Segundo a ABComm, entre a quinta e a segunda-feira pós-Black Friday, o e-commerce cresceu 18% em relação ao mesmo período de 2018, chegando a R$ 3,45 bilhões em faturamento. Segundo pesquisa da Ebit/Nielsen, o varejo online faturou em 2019 R$ 3,2 bilhões entre quinta e sexta, representando um aumento de 23,6% em relação ao ano anterior.
Além da pandemia, há outros motivos que explicam as boas expectativas para o setor. “A entrada de novos consumidores no e-commerce foi alta durante o primeiro semestre, são pessoas que já estão comprando no ambiente virtual”, diz a líder da Ebit/Nielsen, Júlia Ávila.
Ainda de acordo com a consultoria, outros fatores que favorecem a movimentação do comércio online este ano são a redução da taxa de juros, a recuperação da confiança do consumidor, a criação de contas digitais para o pagamento do auxílio emergencial e a maior confiança nas promoções divulgadas pelas empresas para a data.
Para o vice-presidente da ABComm, Rodrigo Bandeira, o home office também ajuda a impulsionar o e-commerce. “Muitas pessoas ainda estão trabalhando de casa, estão mais tempo conectadas e expostas a ofertas online”, diz.
Apesar da alta estimada para 2020, há fatores, também relacionados à pandemia, que impedem previsões mais otimistas, como a redução do valor do auxílio emergencial, segundo Júlia. Bandeira destaca que a insegurança com o futuro da economia também pode frear o consumo na data.
A Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP) prevê aumento de até 3% nas vendas do comércio varejista no mês de novembro em relação ao mesmo período de 2019 sob impacto da Black Friday. Para a data específica, a expectativa é que a demanda por eletroeletrônicos tenha um desempenho melhor do que o do ano passado.
A origem do termo Black Friday (Sexta-feira Negra, em tradução livre) não é exata, mas não está relacionada à venda de escravos, hipótese que ganhou força nas redes sociais no ano passado.
Há teorias que indicam que a expressão surgiu no final do século 19, em referência a um colapso da “corrida do ouro” na Bolsa de Valores norte-americana. A palavra “negra” é erroneamente utilizada na história para descrever algum evento tido como negativo.
Outra teoria que explica o termo é seu suposto uso por policiais da Filadélfia, nos anos 1960, que descreviam como “Black Friday” a data que sucede o Dia de Ação de Graças. Na ocasião, o trânsito da cidade ficava congestionado devido ao fim do feriado e os lojistas teriam aproveitado a lentidão dos veículos para expor descontos promocionais nas fachadas das lojas, com o intuito de atrair compradores. Essa origem foi descrita pelo repórter do jornal diário Philadelphia Bulletin, Joseph P. Barrett, em um artigo de 1994.
Apesar das teorias, o que se sabe é que, em relação ao período de compras, o termo ganhou popularidade nos Estados Unidos durante a década de 1990, sobretudo com o surgimento do e-commerce. Na data, diversas marcas oferecem grandes descontos para os consumidores, iniciando a temporada de compras para o Natal.
A campanha chegou ao Brasil por meio do site Busca Descontos, em 2011, focado inicialmente nas promoções pela internet. O Busca Descontos surgiu em 2010 como um site de promoções via cupons e, desde então, é um dos líderes em ofertas no e-commerce. Além da Black Friday, o site promove o Cyber Monday, Brasil Day, Boxing Week, Mega Saldão e Dia do Frete Grátis - todos eventos importantes para o comércio eletrônico.