Black Friday deve faturar mais de R$ 5 bilhões; veja os itens com potencial de descontos
Segundo a CNC, data é a quinta mais importante, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais
Economia|Do R7
A Black Friday 2024 deve movimentar R$ 5,2 bilhões no comércio brasileiro, segundo estimativas da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O valor é 0,4% maior em relação ao ano passado, já descontando a inflação. A data será na próxima sexta-feira (29), mas o comércio já antecipou as promoções.
A CNC coletou 160 preços diários dos itens mais buscados na internet, separando em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias. Neste período, 55% dos produtos analisados apresentaram tendência de redução de preços. Ventiladores e tênis femininos registraram quedas de até 15% e 13%, respectivamente.
No entanto, itens com alta procura, como ar-condicionado e televisores, mantiveram os preços estáveis, com poucas variações.
“Pela metodologia da CNC, os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento”, explica o economista Fabio Bentes. Produtos com preços estáveis ou em leve alta são considerados de baixo potencial de desconto.
Histórico
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o impacto da digitalização tem sido decisivo. “A facilidade de comparação de preços on-line e o forte apelo promocional fizeram da Black Friday uma das datas mais expressivas do calendário varejista, sobretudo nos canais digitais”, afirma Tadros. Em 2020, com o impulso do consumo on-line durante a pandemia, a data registrou o maior crescimento anual desde sua criação.
Desde 2010, a adesão dos diversos setores do varejo à Black Friday tem se intensificado. Inicialmente, apenas os segmentos de móveis, eletrodomésticos e livrarias participaram. A partir de 2017, o ramo de vestuário entrou de forma definitiva, consolidando a data como uma das mais importantes para o varejo brasileiro.
Em 2024, os segmentos de móveis e eletrodomésticos, assim como o de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deverão concentrar cerca de 46% das vendas previstas, somando R$ 1,23 bilhão e R$ 1,18 bilhão, respectivamente.
Outros ramos com destaque são o de vestuário, calçados e acessórios, que deve movimentar aproximadamente R$ 1 bilhão, e o de hiper e supermercados, com expectativa de faturamento de R$ 960 milhões.
Desafios
A CNC avalia que a Black Friday deste ano enfrenta desafios como a taxa de câmbio, que iniciou o ano em R$ 4,89, chegou a R$ 5,77 em novembro, encarecendo produtos importados. Além disso, a taxa média de juros para pessoas físicas ainda se mantém elevada, dificultando o crédito para compras de bens duráveis.
Para o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, a macroeconomia é um obstáculo. “A flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”, pontua.
Apesar dessas dificuldades, o varejo está apostando em uma expansão de vendas de produtos importados para a Black Friday, com um aumento de 22% nas importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis entre agosto e outubro de 2024, totalizando US$ 205,49 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).