Brasil cria mais de 142 mil vagas com carteira assinada em julho

As contratações formais superaram as demissões nos primeiros sete meses de 2023, mostram dados do Caged

30/08/2023 - 09h04 (Atualizado em 29/03/2024 - 08h49)

O Brasil abriu 142.702 vagas de trabalho com carteira assinada em julho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

No mês passado, foram 1.883.198 de contratações e 1.740.496 de demissões.

É o pior resultado para julho desde 2020, no início da série histórica.

Vale lembrar que o levantamento passou por reformulação naquele ano. Portanto, a comparação só pode ser feita até essa data.

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Por outro lado, é o sétimo mês seguido de expansão no indicador. Ou seja, todas as variações mensais em 2023, até o momento, foram positivas.

No acumulado do ano, o saldo foi de +1.166.125 de empregos, resultado de 13.817.285 de admissões e 12.651.160 de desligamentos.

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Considerando os últimos 12 meses, o país criou 1.566.825 de vagas. Foram 22.851.450 de contratações e 21.284.625 de demissões.

Saldo por setor

Em julho, os cinco Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas registraram saldos positivos, conforme a seguir:

• serviços: +56.303 postos;

• comércio: +26.744 postos;

• construção: +25.423 postos;

• indústria: +21.254 postos, principalmente na indústria de transformação (+18.301 postos); e

• agropecuária: +12.978 postos.

Por região

No mês passado, todas as regiões brasileiras criaram, no mínimo, 7.000 postos formais de emprego:

• Sudeste: +70.205 postos, +0,31%;

• Nordeste: +32.055 postos, +0,45%;

• Centro-Oeste: +18.310 postos, +0,48%;

• Norte: +14.756 postos, +0,70%; e

• Sul: +7.275 postos, +0,09%.

Da mesma forma, 25 estados e o Distrito Federal tiveram expansão. São Paulo foi a unidade federativa com maior crescimento: +43.331 postos (+0,32%). Somente o Rio Grande do Sul teve retração: -2.129 postos (-0,08%).

Salário

O salário médio de admissão nos últimos 30 dias foi de R$ 2.032,56. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 19,33. Isso representa uma variação em torno de 0,96%.

O setor com maior remuneração inicial média foi o da construção: R$ 2.182,45. O menor, o de alojamento e alimentação: R$ 1.628,42.

Especialistas explicam por que é importante ter renda extra

O Copom (Comitê de Política Monetária) realizou uma série de cortes na Selic (taxa básica de juros) ao longo de 2019, encerrando o ano a 4,5%. A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais

Para o educador
financeiro e autor do livro Organize suas
finanças e saia do vermelho, Carlos Afonso, a renda extra é sempre muito
bem-vinda, já que trará um adicional para toda a família. “Conheço muitas
pessoas que têm atividades extras relacionadas à sua área de atuação, mas
também há quem desenvolva atividades ligadas a hobbies e outras que nada tem a
ver com a principal, como a preparação de bolos e doces, artesanato, música,
lojas virtuais de roupas, entre outras”, observa.

O autor reforça a
importância da atividade extra: “Precisamos sempre de uma reserva para fazer
frente às mudanças e contratempos, como uma demissão, que infelizmente é uma
realidade no mercado de trabalho. Ter uma reserva para as emergências é extremamente
desejável. Mas lembre-se que para ter uma boa rentabilidade dos investimentos é
necessário sair da zona de conforto e procurar por outras opções, além daquelas
que o sistema bancário tradicional oferece. Lembre-se: uma taxa de
administração alta pode corroer os rendimentos da aplicação. Em outras
palavras, fique atento às taxas cobradas, pois elas acabam por prejudicar a
rentabilidade do investimento, fazendo com que sobre ‘menos dinheiro no bolso’.

O enfermeiro que fatura
alto como vendedor

No período da noite, o enfermeiro Marcos
Rodrigo Chagas trabalha em um hospital de Maringá (PR) com jornada 12X36 (12
horas de trabalho com 36 de descanso), mas ao longo do dia ele é 100% vendedor
e já supera seus ganhos na área da saúde com uma franquia de pagamentos da
Acqio. “Faço as duas atividades desde agosto de 2018 e uso o meu salário como
enfermeiro para manter as contas em dia. Já o que tiro com a Acqio tento
guardar na poupança e realizar sonhos”, conta o franqueado que atende cerca de
180 clientes e comprou um apartamento com os ganhos dessa segunda atividade.

Emprego já não é
mais para a vida toda

Para a administradora Débora Prota e para a ManageMentor Wanêssa Cabidelli, da Paiva Piovesan Softwares, a adaptação
para essa nova realidade é fundamental. “Quebrou-se o antigo paradigma de que
emprego era para a vida toda, de pessoas que se aposentam em seus primeiros
empregos. O mercado busca profissionais multidisciplinares, inovadores e
empreendedores. O emprego não garante estabilidade, a renda fixa pode
simplesmente deixar de existir. As relações de empregabilidade mudaram e, com
este mercado instável, as pessoas passaram a buscar outras fontes de renda.
Hoje, precisamos buscar alternativas, atuar em várias frentes, para
conseguirmos manter nosso planejamento financeiro e não passarmos dificuldades.
Assim como é utilizado nas estratégias de investimentos, em que os economistas
sempre aconselharam a ‘não colocar todos os ovos em um único cesto’, as pessoas
não podem contar apenas com uma fonte de renda”, observam as especialistas.

Para o especialista em finanças pós-graduado
pela Fundação Getúlio Vargas, Ricardo Maila, a diversificação é sempre vista como um
meio de reduzir os riscos e nas finanças pessoais não é diferente, ter mais que
uma carreira de qualidade ou mais de uma fonte de renda sempre é interessante. “Sugerimos
sempre manter o orçamento pessoal com a renda principal, incluindo neles os
investimentos mais básicos, como aposentadoria e reserva de emergência. A
segunda fonte de renda é um acelerador para sonhos maiores ou para aumentar os
ganhos, a exemplo de uma independência financeira prematura ou investir mais
nessa atividade prazerosa de renda secundária e talvez torná-la a
principal em um curto prazo”, recomenda.

A segunda renda que virou primeira

Fábio Luiz Santos Pradal, de Londrina (PR), que
atua na área de rastreamento veicular e escolheu a franquia de pagamentos da
Acqio para complementar os seus ganhos revela que essa segunda atividade já
ultrapassou a primeira. “Tenho na minha carteira 200 clientes que me trazem uma
lucratividade boa e vejo que há muito mais para crescer com a franquia de
pagamentos”, planeja.
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Como administrar o
dinheiro extra?

Após encontrar a atividade extra ideal para
chamar de sua e conseguir conciliar com o emprego fixo é preciso administrar
essa receita adicional. “Temos que pensar que a atividade de freela gera
receita adicional, mas também despesas, devendo gerar um lucro no final do mês.
Também é aconselhável que a movimentação financeira desta atividade fique
separada da movimentação do dia a dia. Para isso, podemos contar com os bancos
digitais, que nada cobram em termos de tarifas de manutenção de contas, tarifa
de emissão de TED/DOC”, observa o educador financeiro Carlos Afonso, que
completa: “Lembre-se que somente o lucro gerado pela atividade pode ser utilizado.
Se a atividade extra precisar de uma reserva de capital, como e-commerce de
roupas, ou fabricação e venda de bolos/doces, é necessário ter uma reserva, que
servirá de capital de giro para desenvolver essa atividade”.

$Dicas para não perder tempo nem dinheiro O especialista Ricardo Maila observa que ter uma boa gestão de tempo e conhecimento é fundamental. “Não se pode perder a produtividade na fonte principal, mas também não adianta ter uma experiência fraca na busca da segunda fonte de renda. Então, se organizar nos tempos é básico, como também ter múltiplas habilidades para alcançar o sucesso. Além disso tem a vida social que serve como base para todos os sucessos”, avisa.$

As especialistas Débora Prota e Wanêssa
Cabidelli reforçam que, acima de tudo, é importante cumprir os compromissos com
ética. “Ou
seja, uma atividade extra não pode sobrepor o trabalho fixo, não se pode
executar os freelas no horário do trabalho fixo. Organize o seu tempo, com o
uso da tecnologia, para controlar as horas dedicadas a cada atividade, de
acordo com os resultados financeiros gerados. E, por fim, facilite suas tarefas
operacionais, automatize processos que apenas tomam tempo e não geram retornos
financeiros. A tecnologia pode contribuir muito em seu dia a dia”, aconselham.

Carlos Afonso também
observa que os freelas não podem comprometer o trabalho fixo, ou seja, é preciso continuar
performando da mesma forma que vinha fazendo. “A partir do momento que os
freelas começam a interferir no trabalho fixo, seja porque consomem tempo, seja
porque acabam fazendo com que tenha tempo menor de descanso e começa a afetar
minha disposição, está na hora de repensar as estratégias. Talvez o freela, que
era o plano “B” passe a ser o plano “A”, finaliza.

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O Copom (Comitê de Política Monetária) realizou uma série de cortes na Selic (taxa básica de juros) ao longo de 2019, encerrando o ano a 4,5%. A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais