Carteira assinada rende salário 76% maior a trabalhador brasileiro
Estudo mostra que profissionais com carteira assinada têm renda média de R$ 2.039, contra R$ 1.158 dos informais
Economia|Alexandre Garcia, do R7
Os profissionais com carteira assinada receberam salário médio de R$ 2.038 em 2017, valor 75,9% maior do que os R$ 1.158 pago aos trabalhadores informais, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O estudo aponta ainda para uma remuneração média de R$ 1.557 aos trabalhadores por conta própria e de R$ 3.767 aos militares ou funcionários públicos. Os empregadores, por sua vez, faturam cerca de R$ 5.211 por mês.
Pobreza avança e atinge um de cada quatro brasileiros
De acordo com a pesquisa, a proporção de trabalhadores informais oscilou em torno de 39% por conta da redução conjunta de postos formais e informais entre 2015 e 2016, os dois anos de crise econômica mais intensa.
Para o estudo, a diferença entre os profissionais “evidencia a importância da formalização para o trabalhador do setor privado no que concerne aos rendimentos auferidos”.
Profissionais do Sudeste têm salário 30% maior do que os do Nordeste
A pesquisa cita ainda a informalidade como uma "característica histórica do mercado de trabalho brasileiro" que produz “um elevado contingente de trabalhadores sem acesso aos mecanismos de proteção social vinculados à formalização e limita o acesso a direitos básicos como a remuneração pelo salário mínimo e aposentadoria”.
Setores
A diferença salarial entre os trabalhadores formais e informais foi verificada em todos os ramos de atividade.
Os profissionais que mais sentem no bolso o fato de não terem carteira assinada são os da área agropecuária. De acordo com o IBGE, os trabalhadores formais têm remuneração média 112% maior do que aqueles informais.
Governo sobe para R$ 1.006 previsão para salário mínimo em 2019
A indústria é setor no qual quem tem carteira assinada recebe mais do que o dobro (+106%) em relação os que não têm o documento.
Na contramão, os profissionais das áreas de administração pública e de educação, saúde e serviços sociais são os que apresentam as menores diferença entre os modelos de contrato.