Causas imediatas da crise econômica brasileira são externas, diz The Economist
Revista ainda destaca dificuldades do governo para controlar os problemas
Economia|Do R7
Reportagem publicada na última edição da revista The Economist diz que “as causas imediatas dos problemas do Brasil são externas”. A publicação desta semana aponta como consequências do mau desempenho a economia mundial fraca e a diminuição da China por petróleo e minério de ferro.
A revista ainda lembra que, desde 1930 e 1931, a economia brasileira não sofre dois anos seguidos de contração. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), a previsão é de que o PIB (Produto Interno Bruto) encolha 3% este ano e 1% no próximo.
“Os problemas orçamentais do Brasil são tão extremos que eles minaram o poder do banco Central para combater a inflação, um fenômeno conhecido como dominância fiscal”, diz um trecho da reportagem. Para a The Economist, as finanças públicas brasileiras estão “em frangalhos”.
A publicação diz que a presidente Dilma Rousseff poderia ter aproveitado melhor a onda de commodities do primeiro mandato dela para diminuir o Estado inchado, que engole 36% do PIB em impostos e que não oferece serviços públicos decentes em troca. Mas o governo optou por garantir empréstimos subsidiados e incentivos fiscais onerosos para indústrias favorecidas.
O Banco Central, de acordo com a matéria, vive um dilema. A revista destaca o dilema do Banco Central. “Aumentar a taxa de juros para conter a inflação pode empurrar a economia para uma recessão mais profunda; baixá-la para promover o crescimento pode criar uma inflação espiral fora de controle”, acrescenta.
Somada aos problemas da economia, tem a crise política. Em 2003, quando assumiu, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu um cenário difícil, mas com um Congresso que o apoiava. Isso não acontece hoje com a presidente Dilma.