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Censo 2022: em dez estados do Brasil, mulheres sustentam mais da metade dos domicílios

Segundo o IBGE, do total de domicílios no país, 35,9% tinham um único responsável em 2022

Economia|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Mulheres chefiam mais da metade dos domicílios em dez estados do Brasil Wilson Dias / Agência Brasil

As mulheres são responsáveis pelo sustento de mais de 50% dos domicílios em dez estados do Brasil. É o que aponta o Censo Demográfico 2022 — Composição domiciliar e óbitos informados, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta sexta-feira (25). O estudo analisou a composição domiciliar baseada na relação de parentesco ou de convivência dos moradores com a pessoa responsável pelos domicílios.

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De acordo com o levantamento, os estados com a maior proporção de unidades domésticas chefiadas por mulheres são: Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%), Amapá (52,9%), Ceará (52,6%), Rio de Janeiro (52,3%), Alagoas (51,7%), Paraíba (51,7%), Bahia (51,0%) e Piauí (50,4%). O Rio de Janeiro é o único entre esses estados que não está nas regiões Nordeste e Norte.

Unidades domésticas chefiadas por mulheres em estados Luce Costa - Arte / R7

O censo de 2022 demonstrou que o Brasil saltou de 57 milhões de unidades domésticas em 2010 para 72 milhões em 2022. De acordo com o levantamento, do total de domicílios, 35,9% tinham um único responsável. Desses, 50,9% eram homens (37 milhões) e 49,1%, mulheres (36 milhões).

Proporção de unidades domésticas chefiadas por homens ou mulheres Luce Costa - Arte / R7

Para o IBGE, a análise por sexo mostra uma mudança em relação a 2010. No Censo 2010, “o percentual de homens responsáveis (61,3%) era substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%)”.


Relatório de transparência salarial aponta que mulheres recebem quase 20% a menos do que homens

O 1º Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, divulgado em março deste ano pelos ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres, mostrou que as mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens. O levantamento foi feito com informações enviadas por 49.587 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença de remuneração entre homens e mulheres chega a 25,2%, segundo o estudo.

A maioria das empresas que enviaram os relatórios (73%) têm dez anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.


O levantamento aponta que o salário mediano de contratação das mulheres negras (R$ 1.566) corresponde a 82% da média (R$ 1.901), enquanto o dos homens não negros era 19% superior à média. A remuneração média das mulheres negras (R$ 3.041) equivale a 68% da média (R$ 4.472). O salário dos homens não negros (R$ 5.718) era 27,9% maior que o valor médio.

Diferença por estados

Os dados mostram diferenças significativas por unidade federativa. O Distrito Federal apresenta menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 8% a menos que eles, em um universo de 1.010 empresas, que totalizam 462 mil ocupados. A remuneração média é de R$ 6.326,24.


Em Sergipe e Piauí, elas recebem 7,1% e 6,3% menos do que os homens, respectivamente. Os estados são os com a menor remuneração média: R$ 2.975,77 em Sergipe e R$ 2.845,85 no Piauí.

São Paulo é o estado com maior número de empresas participantes, um total de 16.536, e maior diversidade de situações. As mulheres recebem 19,1% a menos do que os homens, praticamente espelhando a desigualdade média nacional. A remuneração média é de R$ 5.387.

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