Cesta básica aumenta em 11 capitais e chega a R$ 673,45 em SP
Segundo o Dieese, as maiores altas foram em Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%)
Economia|Do R7
O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 11 cidades e diminuiu em
seis, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada
mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos) em 17 capitais.
As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). As capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%).
A cesta mais cara foi a de São Paulo (R$ 673,45), seguida pelas de Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86) registraram os menores custos.
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Ao comparar setembro de 2020 e setembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos
básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais
foram observados em Brasília (38,56%), Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e
São Paulo (19,54%).
Nos primeiros nove meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre
0,19%, em Aracaju, e 13,05%, em Curitiba. Somente Salvador apresentou ligeira queda, de
-0,05%.
Salário-mínimo
Quando se compara o custo da cesta com o salário-mínimo líquido, ou seja, após o
desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado
pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) de sua renda para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em
agosto, o percentual foi de 55,93%.
Os produtos que subiram de preço
• O açúcar apresentou elevação de preço em todas as capitais. Os maiores aumentos
ocorreram em Belo Horizonte (11,96%), Vitória (11%), Brasília (9,58%), Goiânia
(9,15%) e Campo Grande (7,94%). O principal motivo do aumento do custo no varejo
foi a oferta restrita de cana-de-açúcar, por causa do clima seco e da falta de chuvas.
• O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, com destaque para as variações
de Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9%).
A valorização do dólar em relação ao real, os problemas causados pelo clima — geada
no fim de julho e tempo seco — e maior demanda interna e externa pelo grão são as
causas do aumento do custo do grão também no varejo.
• O óleo de soja registrou alta em 15 das 17 capitais, entre agosto e setembro. Os
aumentos oscilaram de 0,37%, em Salvador, a 3,4%, em Campo Grande. Em São
Paulo, o preço médio não variou e, em Aracaju, houve redução de -0,12%.
O volume de exportação cresceu, em especial para a China, e, com o problema de escoamento
de grãos nos Estados Unidos, a demanda internacional esteve voltada para a soja
brasileira. Também houve maior procura do óleo para a produção de biodiesel.
• O preço do quilo do pão francês subiu em 14 capitais, com variações entre 0,14%,
no Rio de Janeiro, e 2,53%, em Brasília. Além do aumento de custos, como o da
energia elétrica, o trigo importado ficou mais caro com a valorização do dólar em
relação ao real.
• Entre agosto e setembro, o litro do leite integral teve acréscimo em 11 capitais e o
quilo da manteiga, em 12. As maiores altas foram observadas em João Pessoa
(2,55%), Fortaleza (2,45%) e Belém (2,19%). Já a manteiga teve os principais
aumentos em São Paulo (5,45%), Belo Horizonte (5,24%) e Fortaleza (3,28%).
A menor qualidade das pastagens, as expressivas altas nos custos de produção e a forte
competição das indústrias por matéria-prima explicam a baixa oferta de leite no
campo e a alta dos derivados no varejo.
• O quilo da carne bovina de primeira aumentou em 11 capitais. As maiores altas
ocorreram em Vitória (4,64%), Campo Grande (3,19%), Brasília (2,25%) e Natal
(2,17%). As maiores reduções foram verificadas nas capitais do Sul: Florianópolis
(-2,28%), Curitiba (-0,95%) e Porto Alegre (-0,79%).
Apesar da suspensão da exportação da carne para a China e da menor demanda interna, consequência dos altos preços no varejo, as cotações seguiram elevadas na maior parte das cidades devido às condições ruins das pastagens, ao clima seco e aos altos custos de produção.
• O preço do feijão recuou em 13 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, registrou queda em nove
capitais, oscilando entre -1,88%, em Belém, e -0,24%, em Recife. As altas ocorreram
em João Pessoa (0,87%), Natal (0,39%) e Salvador (0,12%).
Já o custo do feijão-preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, não variou em Florianópolis e diminuiu em Curitiba (-1,93%), Vitória (-1,22%), Porto Alegre
(-1,05%) e Rio de Janeiro (-0,59%). Apesar da baixa oferta dos dois tipos de feijão,
os altos patamares de preço reduziram a demanda devido ao empobrecimento das
famílias.
• O preço do quilo do arroz recuou em dez capitais e as quedas variaram entre -5,79%,
em Porto Alegre, e -0,44%, em Curitiba. As maiores taxas foram registradas em
Aracaju (3,82%) e Vitória (3,04%). A demanda interna, tanto do setor atacadista
como do varejista, está fraca, consequência dos altos patamares de preço e da queda
no poder de compra da população.