Chairman do PicPay elogia gestão de Campos Neto no BC e cita perfil ‘ponderado’ de Galípolo
Especialistas dizem que novo presidente da autarquia poderá enfrentar entraves durante a nova gestão, como pressões políticas
Economia|Do R7
O chairman da PicPay, José Antônio Batista, classificou como ‘otimista’ o momento econômico do país e destacou a fase positiva da economia nacional. A fala aconteceu em um painel do Fórum Esfera Internacional de Roma, realizado na capital italiana nesse sábado (12). Além disso, Batista elogiou o trabalho de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central e classificou Gabriel Galípolo como uma “escolha excepcional”. “Eu acho que o Campos Neto fez um excelente trabalho. A sucessão pelo Galípolo foi uma escolha excepcional; acho que ele será uma pessoa ponderada que continuará fazendo todo o trabalho”, afirmou.
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A segunda edição do evento visou celebrar os 150 anos de imigração italiana no Brasil, ressaltando a importância do legado italiano e reafirmando o compromisso de ambas as nações. Batista foi um dos convidados e, entre os pontos destacados, mencionou o baixo nível de desemprego, ressaltando que os índices estão superando as expectativas dos analistas. “O empresário no Brasil tem que ser otimista porque o dia a dia apresenta muitas complexidades. No próximo ano, nossa economia seguirá boa”, afirmou.
Além disso, ele avaliou a presença da empresa no mercado nacional e como o Pix se iniciou com o PicPay em 2012. Segundo ele, o sistema já permitia o pagamento 24 horas por dia, 7 dias por semana e sem custo. “É o Pix antes do Pix. Quando começou, perguntamos: será que vamos brigar contra ele ou abraçá-lo? Nós o abraçamos e, imagine, hoje 11% de todo o Pix do Brasil já é feito pelo PicPay”, afirmou.
Troca no BC
Indicado pelo presidente Lula para comandar o Banco Central, Gabriel Galípolo passou por mais de quatro horas de sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado no dia 8 de outubro e foi aprovado por unanimidade. Logo depois, a indicação foi aprovada pelo plenário do Senado. Apenas cinco senadores foram contrários à indicação.
De acordo com especialistas, o novo presidente do BC poderá enfrentar entraves durante a nova gestão, entre eles pressões políticas, questões fiscais e a discussão da PEC 65/2023, que propõe transformar a instituição em uma empresa pública. Especialistas ouvidos pelo R7 apontam que, agora, o impacto da indicação ainda é pequeno. No início, o novo chefe do banco terá que convencer economistas do setor financeiro sobre a manutenção da autonomia e da credibilidade da autarquia.
O doutor em economia Riezo Almeida explica que, mesmo com a independência formal do BC assegurada por lei, como Galípolo conduz as interações com o governo demonstrará a autonomia, na prática. “Há uma expectativa de que, apesar da pressão por uma redução mais rápida das taxas de juros, ele adote uma postura equilibrada, respondendo aos indicadores econômicos e às metas inflacionárias, ou seja, com um viés mais técnico do que político”, completou.
Para especialistas, economistas do setor financeiro estarão atentos às primeiras decisões do novo presidente, assim como ao grau de transparência e técnica com que ele conduzirá a política monetária.
“O mercado enxerga com otimismo a capacidade de diálogo de Galípolo. Ele construiu uma sólida reputação em seus cargos anteriores, mostrando habilidade em transitar entre diferentes setores e equilibrar interesses. Essa competência será essencial para garantir a estabilidade econômica nos próximos anos”, argumenta a especialista em planejamento financeiro Gabriela Paixão.
Segundo o economista Hugo Garbe, manter a confiança dos investidores e garantir a estabilidade monetária em um ambiente econômico que ainda visa conter a inflação também estão entre os desafios para Galípolo.
“O mercado financeiro pode reagir inicialmente com cautela, especialmente devido ao histórico de Galípolo e seu alinhamento com o governo. O mercado está atento à possibilidade de interferência política na condução das decisões do Banco Central”, disse.