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Com economia fraca, comércio antecipa liquidação de inverno

A nova estação só começa nesta sexta-feira, mas as lojas de roupas, sapatos e acessórios já estão oferecendo descontos que vão de 20% a 60%

Economia|Ana Vinhas, do R7

Lojas da Rua Oscar Freire antecipam liquidação
Lojas da Rua Oscar Freire antecipam liquidação Lojas da Rua Oscar Freire antecipam liquidação

O inverno começa oficialmente nesta sexta-feria (21), mas a lojas de vestuário, calçados e acessórios já oferecem descontos de até 60% nos produtos da estação. A economia em compasso de espera, o fraco desempenho das vendas na primeira quinzena de junho e a temperatura alta são apontados como causa para a antecipação das liquidações de inverno. 

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O movimento de vendas cresceu em média 1,4% na primeira quinzena de junho deste ano em relação ao mesmo período de 2018, segundo Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A média resulta das altas de 2% do sistema a prazo e de 0,8% do sistema à vista.

“O crescimento tímido do comércio no início de junho, em parte, pode estar atrelado às temperaturas, que estão mais altas do que há um ano, inibindo as vendas de roupas e calçados da moda outono-inverno, cobertores, aquecedores", afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP. Ele acrescenta que o desempenho do varejo acompanha a conjuntura econômica fraca e cautela do consumidor.

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Lojas de shoppings e de comércio de rua, como Oscar Freire, Itaim e José Paulino, estão com faixas de "sale" e "liquidação" em suas vitrines numa tentativa de atrair consumidores. A expectativa é que neste feriado e na segunda quinzena tenha um aquecimento das vendas.

"Estou adorando essa liquidação antecipada", disse a universitária Maria Luíza Freitas, de 23 anos, que fazia compras nesta quarta-feira na rua Oscar Freire, zona oeste de São Paulo. Ela aproveitou para comprar uma bota, já que antes os preços altos e o seu orçamento baixo não permitiam.

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Liquidação entre aspas

O presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), Tito Bessa Jr., critica esse tipo de promoção, que para ele é uma liquidação entre aspas. "Como a reação da economia ficou abaixo do esperado, existe um certo desespero para desovar estoques em excessso. Alguns produtos têm ofertas, com descontos de 20% a 60%. Mas não significa liquidação de inverno que ainda não começou", afirma Bessa.

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Segundo Bessa, que é dono da marca de roupas TNG, varejistas de rua têm registrado queda de 5% a 6% nas vendas. A expectativa é de melhora, mas só no ano que vem. "É difícil fazer uma previsão, tudo depende de reforma da Previdência e de acalmar os ânimos, mas acho que tem tudo para crescer. Mas isso só a partir de 2020, porque 2019 está perdido. Se empatar com 2018, já estará muito bom", avalia o Bessa.

O economista Marcel Solimeo explica que houve muita expectativa no começo do ano que não se concretizou. Com isso, a mudança do humor do consumidor, a queda do índice de confiança, o desemprego, a incerteza polícita e o clima que não ajudou acabaram contribuindo com a decisão de o coméci antecipar a liquidação. Solimeo também aposta numa melhora a partir do segundo semestre.

Shoppings

A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) explica que, em anos em que o clima demora mais para esfriar, a procura por peças mais quentes, como agasalhos e casacos, diminui bastante.

"Por esse motivo, grande parte dos lojistas optam por antecipar as liquidações de inverno para terem capital de giro. Os descontos de 20% a 30% já estão sendo praticados em alguns pontos de venda, mas alguns comerciantes que ainda têm peças do inverno passado em estoque podem conceder descontos de até 50%", afima a associação em nota.

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