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Começa hoje reunião para definir futuro da taxa básica de juros no Brasil

Mercado espera por uma nova manutenção da Selic no patamar atual, de 14,25% ao ano

Economia|Do R7

A Selic é o principal instrumento para manter a inflação de preços sob controle
A Selic é o principal instrumento para manter a inflação de preços sob controle

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), começa a decidir nesta terça-feira (20) o futuro da taxa básica de juros do País, a chamada Selic. A decisão será anunciada amanhã (21) e vale por um período de 45 dias, quando será realizado um novo debate.

No último encontro do grupo, realizado no início do mês de setembro, foi decidido manter a taxa inalterada em 14,25% ao ano pela primeira vez em 2015. A decisão foi tomada após sete altas consecutivas, que fizeram a Selic saltar 3,25 ponto percentual em menos de um ano e atingir o maior nível em nove anos.

Economistas ouvidos semanalmente pelo BC avaliaram ao longo da última semana que a reunião de dois dias deve resultar mais uma vez na manutenção da Selic em 14,25% ao ano e encerrar 2015 neste mesmo patamar. Para o final do ano que vem, é esperado que a taxa salte mais 0,5 ponto percentual.

A expectativa é a mesma divulgada pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). No entanto, a associação afirma que uma possível alta da Selic causará um impacto pequeno dentro da atual situação econômica nacional.


— Caso o Banco Central resolva elevar a Selic, haverá pouco impacto nas taxas de juros das operações de crédito. Entretanto, considerando todas as elevações ocorridas desde março de 2013, quando o Banco Central começou a elevar a taxa básica de juros, as mesmas já causam grande impacto nas taxas de juros das operações de crédito.

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Caso as expectativas sejam confirmadas e a Selic continue no patamar atual, a sinalização é que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia.


Neste primeiro dia das reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o câmbio, as reservas internacionais, o mercado monetário, entre outros assuntos.

Amanhã, participam da reunião os diretores e o presidente do BC. O chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas também participa, mas sem direito a voto. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa.

Com a taxa definida, o BC divulga a ata da reunião na quinta-feira da semana que vem (29), com as explicações sobre a decisão.

Taxa básica

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. O controle acontece porque os juros mais altos fazem o crédito ficar mais caro, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

A Selic só influencia o rendimento da poupança quando é igual ou inferior a 8,5% ao ano. Ou seja, com a taxa a 14,25%, vale mais a pena buscar alternativas mais atrativas de investimento.

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