Comércio estima que perdas com bloqueios nas rodovias podem superar as de 2018
Projeção da CNC leva em conta o sofrimento do setor com a maior dependência dos serviços de entrega do que há quatro anos
Economia|Do R7
Os bloqueios realizados em diversas rodovias do Brasil desde o anúncio do resultado das eleições 2022 têm o potencial de afetar significativamente a atividade comercial e podem ocasionar perdas superiores às registradas na greve dos caminhoneiros em 2018.
A avaliação, feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), leva em conta a retração de 5,8% no volume de vendas causada há quatro anos, com perda diária de R$ 1,8 bilhão. O custo total para o varejo, em valores atuais, foi de R$ 18 bilhões, contabilizados ao longo dos dez dias de bloqueios.
Neste ano, a entidade sugere que o setor sofre com a maior dependência dos serviços de entregas, uma vez que passou a operar com estoques reduzidos. A CNC analisa que o registro dessas perdas tende a ser gradual, uma vez que o varejo conta com estoques que, dependendo da duração dos bloqueios, serão consumidos até a normalização do fluxo de mercadorias.
A confederação, no entanto, observa que as perdas não se restringem à fonte de receitas, pois impactam também a elevação dos custos, especialmente aqueles relacionados ao transporte. Em maio de 2018, a redução dos estoques levou o preço da gasolina a subir 3,34%, e o do óleo diesel, 6,16%.