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Confiança da indústria sobe pelo 2ª vez seguida e atinge o maior nível em cinco meses

Após recuar 13 pontos desde julho de 2021, otimismo do setor volta a se aproximar do nível neutro de 100 pontos, mostra FGV

Economia|Do R7

Confiança da indústria figura aos 99,7 pontos
Confiança da indústria figura aos 99,7 pontos

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) fechou maio com a segunda alta mensal consecutiva. Com a variação de 2,3 pontos, o indicador atingiu os 99,7 pontos, o maior nível desde dezembro de 2021 (100,1 pontos).

Os dados, apresentados nesta sexta-feira (27) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), apontam ainda para um avanço de 1 ponto no otimismo do setor no trimestre compreendido entre março e maio. Trata-se da primeira alta na base de comparação após oito quedas consecutivas.

Aloisio Campelo Jr., economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), destaca que, após recuar 13 pontos entre julho de 2021 e março de 2022, o nível de confiança do setor volta a se aproximar do nível neutro de 100 pontos.

"Houve aumento da satisfação em relação à situação corrente dos negócios, com avalições bastante favoráveis quanto ao nível atual da demanda externa. O Índice de Expectativas cresceu de forma disseminada entre os setores, mas a magnitude da alta foi influenciada ela recuperação expressiva do otimismo entre os produtores de não duráveis", avalia ele.


Campelo ressalta ainda que a única categoria de uso a registrar aumento do pessimismo no mês é a de bens duráveis. Segundo ele, o movimento representa "uma cautela que está diretamente relacionada ao aumento gradual das taxas de juros". 

No mês, houve alta da confiança em 12 dos 19 segmentos industriais monitorados pela Sondagem. O ISA (Índice Situação Atual) avançou 1,6 ponto, para 100,4 pontos. Já o IE (Índice de Expectativas) subiu 3 pontos, para 99 pontos. Ambos retornam ao maior nível desde dezembro de 2021.


Entre os quesitos que integram o ISA, o melhor desempenho ocorreu no indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios, com alta de 5,1 pontos, para 103,7 pontos, maior nível desde outubro de 2021 (106,2 pontos).

Após recuar 8,4 pontos em abril, o indicador que mede o nível de nível dos estoques subiu 1,8 ponto, para 97,9 pontos. Quando este indicador está abaixo de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).


Entre indicadores que integram o IE, o que mede a expectativa com a produção nos três meses seguintes foi o que mais influenciou na alta do ICI em maio, ao subir 5,4 pontos, para 100,5 pontos, o maior desde agosto de 2021 (101,2 pontos). A parcela de empresas que preveem aumento da produção nos três meses seguintes subiu 6,2 pontos percentuais, alcançando 37,7% dos respondentes, enquanto a parcela das que preveem diminuir a produção manteve-se estável na faixa de 16,7%. 

O indicador de tendência dos negócios para os seis meses seguintes, por sua vez. recuperou 1,8 ponto dos 16,8 pontos perdidos entre julho de 2021 e março de 2022, fechando o mês em 94,6 pontos. O otimismo em relação aos seis meses seguintes segue bem menor que a observada no horizonte mais curto, de três meses.

Já o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da Indústria aumentou 1 ponto percentual em maio, para 80,8%, o maior nível desde outubro de 2021.

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