Confira dicas para comprar presentes de Natal sem prejudicar o orçamento
Segundo consultor financeiro, evitar o uso excessivo do cartão de crédito é um dos principais pontos
Economia|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A chegada das festas de fim de ano e o pagamento do 13º salário são eventos aguardados pela maioria da população brasileira. Porém, o planejamento é indispensável para que o consumidor consiga comprar os presentes de Natal sem sair do orçamento.
A Confederação Nacional do Comércio prevê que as vendas natalinas cheguem a quase R$ 70 bilhões neste ano. Ainda de acordo com a confederação, 45% das vendas devem ocorrer em supermercados e 29% em lojas de roupas, calçados e acessórios.
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Isso significa uma árvore de Natal mais rodeada de presentes. Não necessariamente. “A alta na inflação afeta diretamente o poder de compra das pessoas, reduzindo o valor real do dinheiro. Isso significa que, mesmo mantendo o mesmo nível de renda os consumidores compram menos com a mesma quantidade de dinheiro”, explica o consultor financeiro Pedro Zava,
O peso maior vem nos itens de consumo básico, como alimentos, energia elétrica e combustíveis, todos com maior peso nos índices inflacionários. Assim, é preciso que os consumidores revisem orçamentos, identifiquem gastos supérfluos e priorizem o essencial.
“Além disso, é prudente evitar o uso excessivo de crédito, especialmente em modalidades de alto custo, como o rotativo do cartão, pois os juros altos podem agravar a situação financeira durante períodos inflacionários", alerta Zava, destacando que o melhor sempre é priorizar os pagamentos à vista.
Veja as principais dicas
- Evitar o uso excessivo do cartão de crédito
- Priorizar pagamentos à vista
- Negociar descontos
- Fazer um planejamento de gastos detalhados
- Estabelecer um limite de gastos
- Fazer uma lista de compras e classifique-os por prioridade
- Pesquisar preços, mas use a internet para isso: ir ao shopping pode ser tentador
- Considerar os custos de frete e entrega
- Promover amigos ocultos dentro da família para não precisar comprar presentes para todo mundo
A importância do 13º
Para Zava, a grande dica é não gastar todo o dinheiro extra neste momento. “Reserve um valor fixo do seu 13º salário para as compras de Natal, mas nunca gaste tudo”, ensina Zava. É importante, diz ele, que também se guarde uma parte, entre 20% e 30%.
Se a pessoa possui uma reserva robusta (equivalente a pelo menos seis meses de despesas mensais), esse dinheiro pode ser investido em objetivos específicos, como aposentadoria ou aquisição de bens.
“No entanto, para quem está endividado, a prioridade deve ser quitar ou renegociar dívidas com os juros mais altos, pois isso traz alívio imediato ao orçamento e melhora a saúde financeira”, lembra.
O especialista aponta que os consumidores devem calcular os gastos que tiveram durante a Black Friday e refletir sobre as despesas do Natal. “O ideal seria ter aproveitado o período de promoção e feito as compras dos presentes antecipadamente”, orienta.
As contas de janeiro e os investimentos
Ele lembra que janeiro é um mês no qual as contas ficam mais “salgadas”, com as cobranças de impostos, como o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), além da matrícula escolar, que pode ser reajustada acima da inflação.
E se o “impossível” acontecer e sobrar uma grana para investir? Onde fazer isso? Zava lembra que depende de dois fatores principais: o perfil de risco do investidor e os objetivos financeiros de curto, médio e longo prazos.
Por causa da inflação mais alta e elevação das taxas de juros, tudo o que for atrelado ao CDI ou à Selic, como CDBs, LCIs, LCAs e fundos DI, se torna atrativo. Para quem busca proteção contra a inflação, títulos do Tesouro IPCA+ são excelentes opções, pois oferecem uma rentabilidade real acima da inflação.
No curto prazo, a liquidez deve ser priorizada, o que faz de alternativas como Tesouro Selic e fundos de renda fixa conservadores boas escolhas. “Já para prazos mais longos, diversificar entre renda fixa e variável pode ser interessante, desde que respeite a tolerância ao risco e o planejamento financeiro”, conclui.