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Conselho Monetário se reúne em meio a críticas do governo à taxa de juros e meta de inflação

Segunda reunião do colegiado neste ano acontece durante o embate em torno do atual nível da taxa Selic, que tem limitado o crescimento da economia nacional

Economia|Do R7

Membros do governo e do BC participam hoje de reunião do CMN
Membros do governo e do BC participam hoje de reunião do CMN

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, vão se encontrar nesta quinta-feira (20) durante a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). O segundo encontro do grupo neste ano ocorre em meio a críticas do governo ao atual patamar da taxa de juros e as falas do presidente Lula favoráveis à alteração da meta de inflação.

As discussões levam em conta a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. O BC justifica que o atual nível da taxa Selic é necessário para direcionar a inflação para o intervalo da meta estabelecida pelo CMN. Também não é descartada novas altas, caso os preços não reduzam conforme o esperado.

Mesmo com a política contracionista adotada para conter o avanço do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o próprio BC admite que a chance de o índice não estourar o limite da meta para este ano é de 83%. O intervalo a ser perseguido é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).

No início deste mês, Lula sugeriu a mudança da meta de inflação como alternativa para proporcionar a queda da taxa básica de juros. "Ouvi uma frase esses dias de que para atingir a meta de 3% precisaria ter juros de 20%. Eu não sei se o presidente do BC disse isso, mas é, no mínimo, uma coisa não razoável de ser dita. Se a meta está errada, muda-se a meta", disse em nova crítica a Campos Neto.


O embate considera que a taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para determinar o avanço da inflação, porque ela reduz a disposição para consumir e estimula novas opções de investimentos. Tal movimento, no entanto, tem potencial para frear a atividade econômica, fator que tem motivado as críticas do governo.

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No encontro realizado em fevereiro, a eventual mudança das metas de inflação e as decisões a respeito da taxa de juros sequer foram discutidas entre os representantes do governo e do BC presentes na reunião.


Apesar das divergências, a avaliação do mercado financeiro é que a taxa Selic deve diminuir apenas no segundo semestre. Conforme projeções apresentadas no Boletim Focus, o primeiro corte acontecerá apenas no dia 20 de setembro, quando a taxa cairá para 13,5% ao ano.

A chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, avalia que uma eventual alteração das metas de inflação deve acontecer na reunião do CMN de junho e ocasionar na mudança de postura do BC. "A alteração da meta, em junho, para 4,5%, abre espaço para o Banco Central cortar os juros mais cedo, olhando para essa nova estimativa", avalia ela.

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