Consumo nos lares aumenta 6,27% em outubro, diz Abras
Auxílios, inflação menor e promoções contribuíram para ida aos pontos de venda, avalia a associação
Economia|Vinicius Primazzi, do R7*
O consumo nos lares brasileiros, medido mensalmente pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), apresentou alta de 6,27% em outubro ante setembro.
Na comparação com outubro de 2021, o índice aumentou 8,1%. Foram avaliados supermercados, lojas, atacarejos, mercados, minimercados, e-commerce e hipermercados.
De acordo com o vice-presidente da associação, Márcio Milan, o aumento do indicador se deve em grande parte aos auxílios dados pelo governo, que ajudaram a movimentar a economia.
“No segundo semestre, especialmente, houve uma injeção de R$ 42,1 bilhões na economia com auxílios e benefícios sociais, além da redução de impostos que foi fundamental para o aumento do consumo no período”, avalia Milan.
"É notável o quanto o aumento no valor do Auxílio Brasil e a inclusão constante de beneficiários em condições de vulnerabilidade social expandiram o consumo de alimentos neste segundo semestre e, de forma mais expressiva, em outubro. Esses recursos elevaram o consumo próximo ao patamar acumulado ao longo de 2021 e, se mantidos, devem ajudar as famílias de menor poder aquisitivo a abastecer seus lares", complementa.
No acumulado de janeiro a outubro, o indicador subiu 3,02%, o que também era esperado pelo aumento do Auxílio Brasil de R$ 400,00 para R$ 600,00.
O vice-presidente explica que os números se aproximam, já em outubro, do que foi o fechamento do ano de 2021 (3,04%), o que comprova a tendência de alta em 2022.
Segundo a entidade, a Cesta Abras — que contém 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) — aumentou 0,42% de setembro a outubro e 7,02% no acumulado de 12 meses. As maiores variações foram tomate, cebola, batata e farinha de mandioca.
A cesta mais básica, que contém apenas 12 produtos (arroz, açúcar, café moído, carne, farinha de mandioca, farinha de trigo, feijão, leite longa-vida, margarina, massa, óleo de soja e queijo), caiu de R$ 362,84 para R$ 316,45, puxada pela queda do leite longa vida, que foi de 6,28% no ano.
João Galassi, presidente da Abras, mantém a expectativa positiva para o final de ano, especialmente em dezembro. De acordo com a associação, o pagamento da 6ª parcela do auxílio taxista e auxílio caminhoneiro, atualmente em R$ 1.000, somado ao pagamento da 2ª parcela do 13º salário e aos R$ 8 bilhões previstos para recursos de saque extraordinário, são as principais causas do otimismo.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas