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Economia Conta de luz mais cara puxa maior inflação para junho desde 2018

Conta de luz mais cara puxa maior inflação para junho desde 2018

Índice oficial de preços saltou 0,53% no mês passado e acumulou ganho de 3,77% no primeiro semestre, aponta IBGE

  • Economia | Do R7

Conta de luz foi a vilã da inflação de junho

Conta de luz foi a vilã da inflação de junho

ADRIANO ISHIBASHI/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO - 22/6/2021

Guiada pela cobrança adicional no valor das contas de luz, a inflação oficial para o mês de junho saltou 0,53%. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a maior variação de preços para o mês desde 2018.

Com a variação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) disparou 3,77% no primeiro semestre deste ano.

No acumulado dos últimos 12 meses, a variação de preços é de 8,35%, a maior desde os 8,48% de setembro de 2016. O resultado também mantém o índice acima ao teto da meta estabelecida para a inflação neste ano, de 5,25%.

Vilã do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em junho, as tarifas de energia elétrica subiram 1,95% no mês. A é impulsionada pela adoção da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, com cobrança adicional de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos.

"Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (de R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas. Em junho, tivemos apenas o reajuste médio de 8,97%, em Curitiba, no fim do mês”, explica André Filipe Guedes Almeida, analista responsável pela pesquisa.

Para este mês de julho, a tarifa de energia deve continuar pressionando o bolso dos brasileiros devido ao reajuste de 52% (para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora consumidos) na cobrança extra vigente. O aumento foi aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e leva em conta a crise hídrica brasileira.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em junho. O maior impacto partiu do grupo habitação, que teve os preços 1,1% mais caros. A alta é inferior à do mês anterior (5,37%), quando o impacto também partiu das contas de luz. Os preços da taxa de água e esgoto (1,04%), do gás de botijão (1,58%) e do gás encanado (5,01%) também subiram no mês passado, como consequência de alguns reajustes regionais.

Já no grupo dos transportes (+0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto  partiu da gasolina (0,69%). Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também ficaram mais elevados.

Alimentos

De acordo com o índice, os alimentos e as bebidas ficaram 0,43% mais caros no mês passado. A variação foi guiada pelo item alimentação no domicílio, que passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho.

O preço das carnes, por sua vez, subiu pelo quinto mês consecutivo (1,32%) e acumula alta de 38,17% em 12 meses. Entre os itens mais baratos na mesa dos brasileiros, aparecem a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).

Já a alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), sobretudo, devido ao lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,1% no mês anterior. Já o preço refeição cresceu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.

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