Copom mantém taxa básica de juros em 6,5% ao ano pela 3ª vez seguida
Decisão do Banco Central seguiu a expectativa do mercado. Taxa chegou a este patamar em março deste ano
Economia|Giuliana Saringer, do R7
O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5% ao ano pela terceira vez consecutiva. A manutenção da taxa seguiu a expectativa do mercado.
A taxa foi definida em 6,5% ao ano pela primeira vez em março deste ano. Antes da Selic ficar estagnada neste patamar, o Copom havia determinado quedas consecutivas desde setembro de 2016.
No relatório em que lista as motivações da manutenção da taxa, o Copom afirma que “cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira” e cita a greve dos caminhoneiros como fator decisivo para a desaceleração da melhora do ambiente econômico.
Para os próximos meses, o Copom destaca que os próximos patamares da taxa básica de juros dependem “da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
O valor definido na reunião vigora até o encontro seguinte, que acontecerá nos dias 18 e 19 de setembro deste ano. As reuniões do Copom sempre acontecem em dois dias, sendo que no primeiro deles acontece às apresentações técnicas e, no segundo, as decisões das diretrizes da política monetária.
Impacto da Selic na poupança
A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade) afirma que os fundos de renda fixa continuam "perdendo a competitividade" frente à poupança com a manutenção da taxa em 6,5%.
Segundo a Anefac, "a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".
O que é a Selic?
A Selic é conhecida como táxa básica de juros, porque a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado.
A taxa básica de juros também serve como principal instrumento de para manter a inflação próxima da meta, que é de 4,5%. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.