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Cotado para assumir o BC, Galípolo afirma que elevação dos juros ‘está na mesa’ do Copom

Ex-secretário executivo da Fazenda é visto hoje como o nome mais forte para ocupar o lugar do atual presidente Roberto Campos Neto

Economia|Do Estadão Conteúdo


Galípolo analisou cenário da economia do país Reprodução/Youtube/Warren Investimentos - 12.8.2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira (12) que elevação da Selic, a taxa básica de juros, “está na mesa” do Copom (Comitê de Política Monetária), e que a autarquia depende de novos dados sobre a evolução da inflação. Segundo Galípolo, o colegiado também não forneceu nenhuma sinalização para decisões futuras na ata da última reunião, que aconteceu no final de julho.

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De acordo com ele, a menção na ata sobre o cenário alternativo no qual o IPCA ficaria em 3,2% no primeiro trimestre de 2026 não deve ser lida como um indicativo de que o BC irá, necessariamente, manter a Selic parada em 10,5%. “Essa frase foi lida como retirar da mesa a possibilidade de alta [da Selic], mas esse não é o diagnóstico. A alta está na mesa do Copom e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, afirmou Galípolo, durante evento promovido pela Warren Investimentos.

Galípolo explicou que a atuação do colegiado saiu de um ciclo de corte para uma percepção de que o Copom está disposto a conviver com um juro mais alto por mais tempo e que, se for necessário, pode haver alta de juro. Quando questionado sobre os impactos da política fiscal no trabalho do BC, Galípolo respondeu que o desenrolar da política fiscal não pode mudar a percepção do BC sobre a perseguição da meta de inflação. “Enquanto diretor do BC, vamos perseguir [a meta da inflação]. Isso pode se dar com um custo maior ou menor.”

Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Galípolo é visto hoje como o nome mais forte para ocupar o lugar do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no fim do ano. Nos últimos dias, ele tem dado declarações que endossam um aperto na política monetária, no caminho contrário ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo desde o início do governo. Na quinta-feira passada (8), por exemplo, Galípolo disse que não faria sentido ser indicado diretor do BC sem poder aumentar os juros.


Ainda ontem, em palestra na FGV (Fundação Getúlio Vargas), Campos Neto afirmou que, independentemente de quem seja seu sucessor, o BC terá um compromisso “inequívoco” de trabalhar para levar a inflação à meta. “Temos tido mensagem inequívoca e consensual de que o BC fará o que precisar para trazer a inflação para meta”, disse ele. “Isso está bem sedimentado no grupo que temos hoje e no debate que fazemos.”

Câmbio

Ainda durante o evento de ontem, o diretor do BC disse que não vê um problema de liquidez no mercado à vista de câmbio e reforçou a mensagem de que só haverá intervenções no caso de “disfuncionalidade”. “Pela janela da disfuncionalidade, o BC não viu motivos para intervir no câmbio. Isso não significa que não vamos atuar”, declarou ele. O dólar fechou ontem em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,49. Foi a primeira vez desde 17 de julho que a moeda americana ficou abaixo, no fechamento, de R$ 5,50.

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