Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Covid pode levar desigualdade a patamar nunca visto, estima FMI

Kristalina Georgieva diz que é dever dos governos estabelecer medidas de tributação progressiva e cotas mínimas de gastos sociais

Economia|Do R7

FMI: "Crise causada pela covid pode ser pior que todas"
FMI: "Crise causada pela covid pode ser pior que todas"

A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, disse que está muito preocupada com o aumento da desigualdade social e econômica que se sucederá após o fim da pandemia do novo coronavírus.

A declaração foi feita em participação em podcast da Oxfam. "Estudos feitos pelo Fundo mostram claramente que todas as epidemias que tivemos nos últimos anos, seja Sars, H1N1, ou Zika, causaram um aumento na desigualdade social que se perpetuou por anos após o fim das crises", comentou.

Kristalina afirmou que a crise causada pela covid-19 pode ser pior do que todas as outras já vistas em termos de impactos futuros na desigualdade porque ela gerou uma saída em massa de crianças das escolas.

Leia mais: G20 faz pacto para ajudar países mais pobres atingidos pela covid


"Essas crianças dificilmente vão voltar para a escola depois. Também estamos vendo uma dificuldade no acesso delas à internet, o que se traduz no longo prazo na perda da sua capacidade de serem produtivas", falou a diretora do FMI.

"Nos últimos anos nós vimos que a desigualdade entre os países vem se reduzindo, mas internamente já vinha aumentando antes da crise. Isso é ruim porque quando parte da população fica para trás, especialmente em termos de educação, isso acaba gerando perda de produtividade e o país todo sofre", alertou.


Leia mais: Juros baixos são oportunidade para digitalizar economia, diz FMI

No podcast, Georgieva disse que é dever dos governos mundiais evitar esse aumento de desigualdade dentro dos países, estabelecendo medidas como tributação progressiva ou cotas mínimas de gastos sociais. "Agora em nossos acordos, em 90% dos programas que estabelecemos com países em desenvolvimento há cláusulas estabelecendo um piso de gastos mínimos, o que eu vejo como muito importante."

Ela elogiou também a ação conjunta global do FMI, do Banco Mundial e dos bancos centrais ao redor do mundo para prover liquidez durante a crise, o que diminuiu o que ela chama de "apetite por falências" e fez com que governos como Equador e Argentina conseguissem reestruturar suas dívidas para evitar insolvência. "Estamos em negociações com o G-20 para estabelecer conceitos e procedimentos mais coerentes para essas negociações de renegociações", ponderou.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.