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Crescimento em baixa: confira quais países tiveram queda no PIB, além do Brasil

Entre os Brics, Brasil é o único que teve dois crescimentos negativos consecutivos neste ano

Economia|Vanessa Beltrão, do R7

PIB do País foi de -0,2% no primeiro trimestre e de -0,6% no segundo
PIB do País foi de -0,2% no primeiro trimestre e de -0,6% no segundo PIB do País foi de -0,2% no primeiro trimestre e de -0,6% no segundo

O cenário econômico internacional não é dos melhores. Assim como o Brasil, a Argentina e até mesmo a Itália estão com recuo na economia. 

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta sexta (29), que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil foi de -0,6% ao longo do segundo trimestre.

Além disso, o crescimento do primeiro tri foi revisado de 0,2% para -0,2%. Com os dois resultados negativos seguidos, o País entrou em recessão técnica.

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De acordo com dados compilados pela Trading Economics com base em informações oficiais dos países, a economia italiana contraiu -0,1% no primeiro trimestre deste ano e -0,2% no segundo tri. No caso da Argentina, a contração aconteceu no quarto trimestre do ano passado (-0,5%), e no primeiro tri deste ano (-0,8%).

O professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy, explica que a economia da Argentina está desorganizada.

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— Argentina é um problema que envolve a dívida e a inflação elevada no país.

Já a Itália ainda estaria contaminada pela crise na zona do euro.

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— Na Europa, as economias não se recuperaram plenamente e isso faz com que o setor produtivo reaja fortemente a mudanças no cenário, tanto a produção quanto o consumo ficam instáveis.

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Até mesmo a quinta maior economia do mundo, a Alemanha, já divulgou um crescimento negativo neste ano. O PIB do segundo trimestre foi de -0,2%.

Para o professor de economia e política da Faculdades Integradas Rio Branco, Carlos Stempniewski, a economia alemã está estagnada.

— A Europa no seu grande conjunto, de 2008 (quando começou a crise financeira mundial) para cá, teve problema de desemprego e o pessoal parou de consumir. A Alemanha, como sendo um grande local da indústria, parou de vender.

Carlos Stempniewski afirma que um dos grandes problemas é essa falta de mercado.

— Digamos que eu estou no mercado. Eu vejo uma Alemanha parada ou esperando que uma economia da Europa e do mundo volte a ser mais dinâmica. Ela tem capacidade, tem tecnologia, tem mão de obra, e não pode crescer porque não tem mercado.

Pior do que o resultado do segundo tri da Alemanha e do Brasil foi o do Japão (-1,7% em abril, maio e junho).

De acordo com Pedro Raffy, o problema do Japão é que ele ainda não conseguiu se recuperar de uma crise no mercado imobiliário que ocorreu há 20 anos, fez os preços subirem e afetou o mercado japonês. Pedro acrescenta que o governo até estimulou o mercado com ações de política de consumo, mas a população tem a grande cultura de poupar, o que dificulta a situação.

Brics

Entre o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), considerado a nova potência mundial, a situação é mais complicada entre a Rússia que teve um PIB no primeiro trimestre de (-0,3%), África do Sul que também apresentou um encolhimento no PIB (-0,6%) e o Brasil é o único, até o momento, que entrou em recessão técnica.

Segundo Pedro Raffy, a Rússia enfrenta problemas em função de conflitos e questões separatistas. Ele ressalta também que a nova condição do Brasil não deve impactar a sua posição no grupo.

— O Brasil sempre teve um crescimento em relação aos países do grupo menor. Quando comparado à China e Índia, tem um padrão de renda média superior. O brasileiro consome mais do que [a população] desses países.

Alfredo Goye, presidente da Sertrading, empresa de comércio exterior que realiza importação e exportação para mais de 90 países, afirma que a grande dificuldade em vender produto brasileiro na China ainda é o preço.

— O Brasil está muito longe da China e com a situação da indústria brasileira que não é tão competitiva e o próprio câmbio dificulta ter preço barato para atrair comprador chinês.

Confira o restante da entrevista no vídeo abaixo

Para o professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Bruno Martarello, a recessão do Brasil também não deve atrapalhar a sua reputação nos Brics, isso porque é um grupo em que o importante é a percepção geopolítica dos países.

— Não fica abalado por dois trimestres de PIB negativo.

Ele ainda acrescenta que a situação do Brasil não é confortável, mas chega a ser melhor do que em outros países. Isso porque o País ainda mantém taxas de desemprego baixas. Apenas no primeiro semestre deste ano, o Brasil gerou 588.671 vagas de emprego. De acordo com o Ministério do Trabalho, o saldo é maior do que em países como Chile com geração de 53.964 oportunidades, Japão (40 mil) e Austrália (91.320) no mesmo período.

— É uma crise que não é só brasileira, mas o mundo todo está vivendo problemas. Havia uma tese que foi levantada em 2008 e 2009 (início da crise financeira) de que os países emergentes teriam uma trajetória diferente do centro e está cada vez mais provado que não é verdade.

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