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Crise do coronavírus na América Latina é agravada por pobreza e desigualdade, diz Cepal

SAUDE-COVID-CEPAL:Crise do coronavírus na América Latina é agravada por pobreza e desigualdade, diz Cepal

Economia|Do R7

Por Fabian Cambero

SANTIAGO (Reuters) - Países da América Latina e do Caribe que sofrem com a crise do coronavírus terão seus problemas agravados pelo aumento da pobreza e da desigualdade e pela fragilização das redes de segurança social, disse a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), nesta quinta-feira.

A Cepal, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que os tumultos sociais estão em alta em toda a região, em um sinal de que uma ação imediata é necessária para ajudar países atingidos duramente que já passavam apuros muito antes da pandemia.

"Os efeitos da pandemia de coronavírus se disseminam em todas as áreas da vida humana, alterando a maneira como interagimos, paralisando economias e gerando mudanças profundas nas sociedades", disse o relatório.


A agência disse que níveis persistentemente altos de desigualdade, combinados a um mercado de trabalho informal crescente que deixa os trabalhadores sem proteção e à falta de cobertura de saúde eficaz, agravaram estes problemas.

As favelas nas periferias de muitas cidades da região muitas vezes não têm acesso a serviços básicos, o que significa que muitos cidadãos se acham incapazes de obter alimento, água e cuidados de saúde necessários para confrontar a crise.


A pobreza, por sua vez, aumenta, enquanto os avanços na redução da desigualdade travam, exacerbando tendências vistas nos cinco anos anteriores à crise.

Durante este período, as economias da América Latina e do Caribe cresceram em média só 0,3% por ano no geral, enquanto a pobreza extrema subiu de 7,8% para 11,3% da população e a pobreza foi de 27,8% para 30,5%.


O relatório também disse que o fechamento prolongado das escolas da região pode constituir uma "catástrofe geracional" que só aprofundará a desigualdade.

A pandemia também causou um aumento da mortalidade que pode reduzir a expectativa de vida na região, dependendo do quanto a crise durar, disse a agência.

Até agora, houve ao menos 21.699.000 infecções relatadas e 687 mil mortes relatadas do novo coronavírus na América Latina e no Caribe.

De cada 100 infecções relatadas ultimamente no mundo, cerca de 24 surgiram em países latino-americanos e caribenhos.

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