Decisão do Banco Central de aumentar Selic para 15% é ‘injustificada’, diz CNI
CNI alerta que aumento da taxa de juros prejudica economia: ‘Consequências graves’
Economia|Do R7, em Brasília

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) chamou de “injustificada” a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, de aumentar a taxa de juros para 15% ao ano. A decisão do Copom foi divulgada nesta quarta-feira (18). Essa é a maior taxa de juros em 19 anos.
“Não lidávamos com um patamar tão alto desde 2006. A irracionalidade dos juros e da carga tributária já está sufocando a capacidade dos setores produtivos, que já lidam com um cenário conturbado e possibilidade de aumento de juros e custo de captação de crédito. É um contrassenso o Banco Central se manifestar contra o aumento do IOF enquanto decide aumentar a taxa de juros. Aonde se quer chegar?”, questiona, em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban.
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Ele destaca que é preciso baixar a Selic para que a economia possa crescer.
“Sem o início da redução da Selic, seguiremos penalizando a economia e os brasileiros. O cenário torna o investimento produtivo muito difícil no Brasil, com consequências graves para a economia”, afirma.
A CNI lista ao menos cinco motivos que justificariam a interrupção do ciclo de alta da taxa Selic: taxa de juros real crescente; crédito caro; economia em desaceleração; menor impulso fiscal; e sinais positivos da inflação.

Sétima alta consecutiva
A alta de 0,25 ponto percentual é a sétima consecutiva desde setembro do ano passado. A nova taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se reunir para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
Em comunicado, o Copom destacou que o cenário econômico “segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.
Dessa forma, segundo o comitê, “para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.
Apesar do novo aumento, o Copom sinalizou que pode interromper o ciclo de alta caso o cenário siga conforme o esperado. A ideia é observar os efeitos dos aumentos já realizados — que demoram a impactar a economia — antes de decidir se novas elevações serão necessárias.
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