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Desemprego sobe mais de 11% em 3 meses e atinge 13,7 milhões

Taxa de desocupação fechou o primeiro trimestre do ano em 13,1%, segundo PNAD Contínua, do IBGE. Rendimento médio do trabalhador caiu 0,2%

Economia|Diego Junqueira, do R7

Brasil atingiu 2ª maior taxa de desemprego da história
Brasil atingiu 2ª maior taxa de desemprego da história

O número de brasileiros desempregados subiu 11,2% em três meses e chegou a 13,7 milhões em março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a segunda maior quantidade da série histórica, perdendo apenas para o primeiro trimestre de 2017.

Já a taxa de desocupação fechou o primeiro trimestre de 2018 em 13,1% — esse indicador calcula quantos brasileiros não estão encontrando emprego no mercado de trabalho. 

Os dados fazem parte da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), publicação mais completa sobre os lares brasileiros.

Na comparação com o último trimestre de 2017, o número de desempregados passou de 12,3 milhões para 13,7 milhões — acréscimo de 1,4 milhão de pessoas. Já a taxa de desocupação subiu 1,3 ponto percentual, passando de 11,8% para 13,1%.


A alta no primeiro trimestre deste ano interrompe sequência de três trimestres consecutivos em que o desemprego vinha caindo, o que mostra irregularidade na recuperação econômica brasileira e a dificuldade do mercado de trabalho em criar novas vagas.

No primeiro trimestre de 2017, a taxa de desocupação estava em 13,7%, quando havia 14,2 milhões de desocupados.


Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, nesse período do ano é de se esperar um aumento da desocupação, por causa da dispensa de trabalhadores temporários.

— Teve um movimento sazonal atuando, mas houve uma dispensa expressiva de trabalhadores e isso, consequentemente, se reverteu em uma perda expressiva de postos de trabalho e no aumento de pessoas na fila da desocupação.


Queda na formalidade e informalidade

O levantamento também mostra que o mercado informal, que vinha puxando a queda de desemprego em 2017, perdeu força neste ano. Na comparação com o último trimestre do ano passado, o número de trabalhadores sem carteira assinada passou de 11,1 milhões para 10,7 milhões — 400 mil a menos.

A redução também se verifica no mercado formal, onde a quantidade de trabalhadores com carteira assinada também caiu em 400 mil, passando de 33,3 milhões para 32,9 milhões.

Já o contingente de trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre anterior, em 23 milhões de pessoas. O número de empregadores (4,4 milhões de pessoas) também ficou estável em relação ao trimestre encerrado em dezembro.

A categoria dos trabalhadores domésticos caiu 2,6%, para 6,2 milhões de pessoas.

Na avaliação dos setores da economia, o IBGE destaca que houve redução de postos de trabalho em todos eles: Indústria (2,7%, ou menos 327 mil vagas); Construção (5,6%, ou menos 389 mil); Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,2%, ou menos 396 mil); Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,7%, ou menos 267 mil); e Serviços domésticos (2,6%, ou menos 169 mil).

“Esses grupamentos apresentaram quedas importantes, em especial na construção. Há várias obras e grandes investimentos imobiliários parados, o que impactou nesse resultado”, diz Azeredo, em declarações reproduzidas no site do IBGE.

Rendimento em queda

Além da alta no desemprego, o IBGE revela que o salário médio do trabalhador brasileiro sofreu leve queda, voltando ao patamar de um ano atrás.

No quarto trimestre de 2017, o rendimento estava em R$ 2.173, recuando no primeiro trimestre de 2018 para R$ 2.169 — queda de 0,2%, considerado pelo IBGE como "estabilidade". O valor é o mesmo do primeiro trimestre de 2017.

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