DF, maior renda per capita, e SP, estado mais rico, têm 23% com risco de fome
Ao todo, Brasil tem 64,1 milhões com insegurança alimentar; desse total, 8 milhões não têm o que comer todos os dias
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
A quantidade de brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar chegou a 64,1 milhões em 2023. Distrito Federal e São Paulo – unidades da federação responsáveis, respectivamente, pela maior renda per capita do país e pela maior fonte de riqueza – têm, cada, 23,5% de pessoas vivendo nessa situação, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Segurança Alimentar, divulgada nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística).
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Com mais de 44,4 milhões de pessoas, segundo o Censo de 2022, São Paulo tem cerca de 10,4 milhões com risco de passar fome. Desse total, 20,5% estão em insegurança alimentar leve e moderada. Já os outros 3%, cerca de 1,3 milhão, não têm o que comer todos os dias.
Já o DF, com população de 2,8 milhões, tem 662 mil com risco de fome. Desse total, 19,4% vivem com insegurança alimentar leve e moderada. Já os outros 4,1%, que representam cerca de 115 mil, vivem sem ter o que comer todos os dias.
O IBGE classifica a segurança alimentar como sendo o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Já a insegurança alimentar é classificada em três níveis – leve, moderada e grave – da seguinte maneira:
• Insegurança alimentar leve: quando há preocupação com o acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.
• Insegurança alimentar moderada: quando os moradores, sobretudo os adultos da família, passaram a conviver com a restrição quantitativa de alimentos.
• Insegurança alimentar grave: quando há redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, todos os moradores do domicílio passaram por privação severa no consumo de alimentos, podendo chegar à sua expressão mais aguda, a fome.
Número diminui em cinco anos
O resultado mostra que o número de brasileiros com insegurança alimentar diminuiu em cinco anos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares, com dados de 2018, mostrou que, à época, 84 milhões de pessoas (41%) viviam nessa situação e outras 10,3 milhões não tinham o que comer todos os dias.
Já no comparativo com a Pnad de 2013, os números estão piores. Naquele ano, 25,8% da população estava em situação de insegurança alimentar, 3,9 pontos percentuais a menos do que o de 2023, e outros 3,9% não tinham o que comer.