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Distribuidoras da Eletrobras têm dívidas de R$ 20,8 bilhões

Antes da venda, estatal será obrigada a fazer ajustes financeiros

Economia|Do R7


Estatal de energia será vendida em breve
Estatal de energia será vendida em breve

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou as regras básicas para o leilão de privatização de seis distribuidoras de eletricidade da Eletrobras, que deve acontecer no primeiro quadrimestre de 2018, prevendo ajustes financeiros pela estatal para acomodar uma dívida de quase R$ 21 bilhões.

As elétricas, que atuam no Norte e Nordeste e são fortemente deficitárias, foram avaliadas pelo banco estatal em R$ 10,2 bilhões, ante dívidas líquidas de R$ 20,8 bilhões, de acordo com comunicado do banco nesta quinta-feira (9).

O BNDES, que participou da elaboração da modelagem de venda, disse que a Eletrobras poderá exercer o direito de permanecer como acionista minoritária nas distribuidoras, limitado ao percentual de 30%, o que seria feito em troca da assunção de dívidas.

Na terça-feira (7), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, adiantou à Reuters que estatal Eletrobras iria assumir dívidas bilionárias de suas distribuidoras de eletricidade para conseguir privatizá-las, em troca de uma fatia de até 30% nas empresas no futuro.


O BNDES disse que a Eletrobras terá que "realizar ajustes financeiros, contratuais e societários prévios nas empresas" para vendê-las em leilão no ano que vem, por um preço simbólico fixado em R$ 50 mil para cada uma.

O CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimento) da Presidência da República publicou no Diário Oficial desta quinta-feira resolução que aprova e define as regras básicas do processo de desestatização de seis distribuidoras da Eletrobras das regiões Norte e Nordeste, conforme antecipado pela Reuters na véspera.


Para a elaboração da resolução, o CPPI baseou-se nos estudos liderados pelo BNDES e desenvolvidos pelo Consórcio Mais Energia B (PwC Brasil, Strategy&, Siglasul e Loeser e Portela Advogados Associados).

Pela modelagem proposta, os vencedores da disputa pelas distribuidoras serão os investidores que se oferecerem a assumir suas operações com a menor elevação da tarifa para os consumidores. O teto para os reajustes será o nível tarifário definido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para cada uma das elétricas em reajustes entre agosto e novembro.


Se houver uma situação de empate, em que os competidores cheguem ao limite de aceitar as empresas sem aumento de tarifa, vence quem oferecer o maior bônus de outorga a ser pago à União.

As ações preferenciais da Eletrobras, que abriram em alta nesta quinta-feira, caíam quase 4 por cento às 11h, após a divulgação do BNDES.

Investimentos

Os vencedores da concorrência pelas distribuidoras ainda deverão se comprometer a realizar um aporte financeiro no capital social das seis empresas no total de R$ 2,4 bilhões.

Segundo o BNDES, o valor representa cerca de 30% do total de investimentos previstos para os cinco primeiros anos de operação — que somam R$ 7,8 bilhões.

Após a assinatura dos contratos de venda das empresas, a Eletrobras terá prazo de até seis meses para exercer um direito de permanecer como acionista minoritária nas distribuidoras, com até 30%, "sem qualquer privilégio na gestão além do previsto em lei."

A Resolução do PPI prevê ainda que será oferecido aos empregados e aposentados das distribuidoras um volume de ações equivalente a 10% da participação detida pela Eletrobras nas empresas. As ações que não forem compradas nessa oferta deverão ser adquiridas pelo vencedor do leilão.

Segundo o BNDES, o data-room com informações sobre as distribuidoras será aberto "nos próximos dias".

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