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Dólar bate terceiro recorde seguido e fecha a R$ 6 com estresse fiscal

Moeda americana registrou alta de 0,19%, com variação de mínima de R$ 5,9564, e a máxima, de R$ 6,1156

Economia|Do R7

Dólar avança com estresse fiscal provocado pelo pacote do governo CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 06.11.2024

O dólar bateu recorde pelo terceiro dia seguido e fechou a R$ 6 nesta sexta-feira (29), refletindo o estresse do mercado financeiro com o pacote fiscal do governo federal. Desde quarta-feira, quando foi anunciado o pacote de corte de gasto junto com a isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, a moeda tem escalado e ultrapassado a barreira dos R$ 6. A medida irritou o mercado e, agora, também há o temor em relação aos impactos do câmbio na inflação.

Pela manhã, a moeda americana chegou a R$ 6,11. No final do pregão, o dólar registrou alta de 0,19%, cotado a R$ 6,0005. A mínima do dia foi de R$ 5,9564, e a máxima, de R$ 6,1156 — também novo recorde intradiário.

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O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, atribui o persistente estresse no mercado de câmbio ao pacote de medidas anunciado na quinta-feira. “A desoneração do IR proposta desvia o foco da contenção de gastos e devem encontrar resistências no Congresso”, afirma.

Ele acredita que as propostas serão dificultadas por parlamentares de oposição, que podem enfraquecer as medidas e rejeitar a elevação do IR para super-ricos.


A expectativa de arrecadação com a tributação de super ricos é inferior ao custo da isenção de IR para rendas de até R$ 5 mil, justifica. Além disso, a inflação pode ser pressionada pelo dólar alto e pelo baixo nível de desemprego no país, elevando os juros futuros acima de 14%, que levam o mercado a apostar em taxa Selic perto de 15% no fim do atual ciclo de aperto, comenta

As falas dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seguraram a alta da moeda no começo da tarde. Eles indicaram que a isenção de Imposto de Renda só deve passar no Congresso se não prejudicar as contas públicas.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também fez comentário nesse sentido em encontro com banqueiros. “Esse conjunto de medidas não é o gran finale, não é bala de prata. Daqui a três meses, posso voltar à planilha para discutir a evolução do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e da Previdência”, afirmou o ministro no almoço de fim de ano com dirigentes da Febraban, a entidade que representa os bancos.

*Com Estadão Conteúdo

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