Dólar salta a R$ 3,89 e atinge maior valor de fechamento em um mês
Alta de 0,84% da moeda norte-americana foi guiada pela preocupação dos investidores com a situação da Turquia
Economia|Alexandre Garcia, do R7, com Reuters
O dólar abriu a semana em alta e fechou esta segunda-feira (13) cotado a R$ 3,897, maior valor em pouco mais de um mês. Na sexta-feira (10), a moeda já havia subido 1,59% ante o real.
Na sessão, a moeda norte-americana registrou alta de 0,94% e terminou o dia negociada a R$ 3,897, maior patamar de fechamento desde o dia 6 de julho, quando os compradores brasileiros pagavam R$ 3,9264 pela moeda.
Na máxima desta segunda-feira, registrada no início da tarde, o dólar marcou R$ 3,924. Na mínima, às 11h39, a divisa era negociada a R$ 3,879, menor valor do pregão.
Turquia
A alta do dólar foi influenciada pela tensão comercial entre os Estados Unidos e a Turquia, o que causou preocupação dos mercados financeiros, principalmente dos países emergentes, como o Brasil.
A lira turca registrou novamente forte baixa frente ao dólar neste pregão, já tendo recuado mais de 40% neste ano, devido às preocupações com a influência do presidente turco, Tayyip Erdogan, sobre a economia, suas repetidas solicitações por taxas de juros mais baixas e o agravamento dos laços com os Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, o banco central turco diminuiu as taxas de depósitos compulsórios para os bancos, além de se comprometer em fornecer liquidez necessária para os bancos e tomar todas as medidas necessárias para manter a estabilidade financeira, mas o mercado seguia nervoso.
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"Os investidores se preocupam com o eventual risco sistêmico, que pode deflagrar o contágio e uma consequente crise financeira", escreveu o Banco Confidence em relatório.
O temor de que a crise turca pudesse se espalhar pelos países emergentes fez com que o dólar subisse frente às moedas desses países, com destaque para o rand sul-africano e o peso mexicano.
Atuação do BC
Pela manhã, o BC (Banco Central) vendeu 4.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 2,16 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro.
"Não acredito que o Banco Central vá intervir no câmbio por meio de novos leilões de swap. Trata-se de um movimento global, não uma ação isolada e sem volume", justificou o diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer ao comentar a alta do dólar de R$ 3,75 no começo de agosto para R$ 3,91 nesta sessão.