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Dólar sobe a R$ 4,93, e Ibovespa tem queda após corte de juros

Decisão de política monetária nos EUA e no Brasil esfriaram expectativas mais otimistas de ritmo de cortes da Selic

Economia|Do R7

Dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9358
Dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9358

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (21) contaminado pela aversão a risco global. O resultado ocorreu após o Federal Reserve (Banco Central americano) dar sinais de uma política monetária restritiva por mais tempo, enquanto, no Brasil, o Banco Central esfriou expectativas mais otimistas de uma eventual aceleração no ritmo de cortes da Selic à frente.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,15%, a 116.145,05 pontos. Na máxima do dia, chegou a 118.695,09 pontos. Na mínima, a 116.012,92 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,15 bilhões.

Já o dólar à vista emplacou a terceira sessão consecutiva de alta no Brasil e subiu mais de 1% ante o real, em sintonia com o exterior, onde os investidores repercutiam as sinalizações sobre juros dadas pelo Federal Reserve na véspera e os novos dados do mercado de trabalho dos EUA divulgados nesta quinta-feira (21).

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9358 na venda, em alta de 1,14%. Em três dias, o moeda americana acumulou ganho de 1,63%.


Reflexos

O Banco Central americano manteve na quarta-feira os juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, em decisão acompanhada de um comunicado que não trouxe muitas novidades, assim como as declarações do chair do Fed, Jerome Powell, diferentemente das projeções econômicas divulgadas pela autoridade monetária.

A estimativa para os juros no fim de 2023 foi mantida em 5,6%, o que implica mais uma alta neste ano, enquanto a previsão para o fim de 2024 passou de 4,6% para 5,1%.


De acordo com a chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, os mercados ao redor do mundo continuaram digerindo mensagens de política monetária, especialmente o recado do Fed, que pressionou as taxas de juros de longo prazo na maior economia do mundo, afetando negativamente ativos de risco.

Na véspera, o Ibovespa ainda renovou a máxima da sessão após as divulgações do Fed, ultrapassando com folga os 119 mil pontos, chegando a subir 1,5%, mas perdeu a força e fechou com acréscimo de 0,72%. Ainda assim, melhor do que Wall Street, em que o S&P 500 caiu 0,94%.


Após o fechamento do mercado na quarta (20), porém, o BC brasileiro anunciou um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a 12,75% ao ano, e reiterou que manterá o ritmo de cortes nas próximas reuniões, minando esperanças de que ele pudesse deixar aberta uma porta para cortes maiores.

Na visão do sócio e gestor de ações da Ace Capital Tiago Cunha, com a comunicação do Copom, o Ibovespa, que resistiu ao comunicado do FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês] na quarta-feira, não resistiu à pressão negativa nesta quinta-feira, não só por conta da forte alta nos títulos do Tesouro americano, como também pela percepção de que os cortes de juros no Brasil serão mantidos nesse ritmo, além da dúvida sobre o orçamento total de cortes.

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