Dólar tem forte alta e atinge R$ 5,4346 após Flávio Bolsonaro ser escolhido pelo pai como sucessor
Filho de Jair Bolsonaro, senador pelo PL deve enfrentar Lula nas eleições de 2026; presidente do partido confirmou decisão
Economia|Da Reuters
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O dólar disparou no Brasil e voltou a fechar acima dos R$5,40 nesta sexta-feira (5), com o mercado reagindo negativamente à notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o filho Flávio como candidato à Presidência em 2026 para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A visão do mercado é de que o nome de Flávio, senador pelo PL, inviabiliza a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), favorito dos investidores para a disputa com Lula.
O dólar à vista fechou aos R$5,4346, com forte alta de 2,34% — o maior avanço percentual desde 10 de outubro deste ano, quando a moeda disparou 2,39% em meio ao mau humor do mercado com a política fiscal do governo. No ano, porém, a divisa acumula perdas de 12,05%.
Às 17h21, o contrato de dólar futuro para janeiro, atualmente o mais líquido no Brasil, subia 2,40% na B3, aos R$5,4690.
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O dólar chegou a oscilar abaixo dos R$5,30 no início do dia no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, mas a indicação de Flávio Bolsonaro para a corrida presidencial caiu como uma bomba no mercado.
Preso por tentativa de golpe de Estado e inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro escolheu o senador Flávio Bolsonaro (PL) como candidato à Presidência em 2026. Após o anúncio, feio pelo senador, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou nas redes sociais a decisão do ex-chefe do Executivo.
Em reação, o dólar disparou ante o real, escalando rapidamente para acima dos R$5,40.
Desarticulação da direita
“O mercado fez a leitura de que a candidatura de Flávio desarticula qualquer possível aliança mais ampla da direita. E, com isso, as chances de Lula para 2026 sobem substancialmente”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria FB Capital, acrescentando que houve um “movimento agudo especulativo”.
Na cotação máxima do dia, às 15h59, o dólar à vista foi negociado a R$5,4841 (+3,27%).
“Até então, investidores operavam o ‘trade Tarcísio’, sustentado pela percepção de um nome mais moderado, alinhado à centro-direita, com histórico de privatizações e maior previsibilidade em temas fiscais”, avaliou Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter.
“Com a mudança no cenário, esse trade perde tração: ainda há pouca visibilidade sobre a força eleitoral de Flávio Bolsonaro e sua capacidade de competir com Lula, o que aumenta a incerteza no curto prazo”, acrescentou.
O forte avanço do dólar ante o real esteve na contramão do recuo da moeda norte-americana no exterior, onde investidores seguiam apostando em novo corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
Às 17h21, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,07%, a 99,009.
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