Dólar tem forte alta e retoma patamar dos R$ 5 em reação a Galípolo no Banco Central
Secretário-executivo da Fazenda é confirmado na diretoria de Política Monetária; Ibovespa fecha em alta pelo 3º pregão seguido
Economia|Do R7
Investidores e agentes do mercado financeiro reagirem negativamente ao anúncio de que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, será indicado para a diretoria de Política Monetária do BC (Banco Central), o que levou o dólar à vista a fechar a segunda-feira (8) em forte alta ante o real, retomando o patamar dos R$ 5. A moeda dos Estados Unidos encerrou o dia cotada a R$ 5,015 na venda, alta de 1,44%.
Foi o maior ganho percentual em um dia desde 19 de abril, quando a alta registrada havia sido de 2,20%. Na B3, às 17h33 no horário de Brasília, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,01%, a R$ 5,0345.
O nome de Galípolo já circulava havia algumas semanas no mercado, mesmo assim, a oficialização de sua indicação gerou um movimento de proteção dos investidores em dólar, o que impulsionou as cotações.
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A avaliação é de que, com o braço direito de Haddad no BC, o governo terá mais força para interferir na política monetária, que vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silvam em função do atual nível da taxa básica de juros, a Selic, que é de 13,75% ao ano.
“Houve um movimento de proteção em função do braço direito de Haddad poder interferir na política monetária, ao ir para o BC. Ainda que o nome estivesse circulando, a confirmação estressou os negócios”, analisou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
Às 12h08 (horário de Brasília), pouco antes de o nome de Galípolo ser anunciado como o oficial para o posto, o dólar era cotado a R$ 4,9557, alta de 0,24%. Às 12h11, com a indicação confirmada, a moeda norte-americana já era negociada a R$ 4,9813, elevação de 0,76%. Na sequência, continuou a subir.
“O Galípolo foi o principal fator de influência nos mercados, principalmente o de câmbio. O dólar operava em linha com os mercados lá fora e, após o anúncio, vimos o real passando a se desvalorizar de forma mais significativa”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
No início dos negócios, às 9h13, o dólar era negociado na cotação mínima de R$ 4,9420 (0,03%). À tarde, às 15h09, a moeda norte-americana marcou a máxima do pregão, de R$ 5,019 (1,52%).
No exterior, o dólar também subia ante outras divisas de países emergentes, mas em percentuais menores. Tinha leve alta ante uma cesta de moedas.
Às 17h33 (de Brasília), o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,07%, a 101,390.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
Ações na B3
Nesta segunda, o Ibovespa fechou em alta pelo terceiro pregão seguido, impulsionado pelo avanço de commodities como o minério de ferro e o petróleo no exterior, o que também ajudou papéis como Vale e Petrobras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,93%, a 106.130,89 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima da sessão, chegou a 106.715,75 pontos. O volume financeiro somava R$ 23,2 bilhões.
Mais uma vez a Braskem apareceu como destaque positivo, por expectativas relacionadas à venda do controle da petroquímica, enquanto a Eletrobras ficou entre as maiores quedas, em meio a ruídos envolvendo sua privatização.
A temporada de resultados destacou os balanços de Itaú Unibanco e BTG Pactual, divulgados antes da abertura do mercado. No final do dia, foi a vez de Natura&Co, TIM, Totvs, entre outros.
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