Dólar ultrapassa R$ 4,48 mesmo após intervenção do BC
Às 11h05, a moeda norte americana subia 0,37% ante o peso argentino, 0,62% ante o peso chileno e 0,67% ante o peso mexicano
Economia|Do R7, com Agência Estado

Após a venda de US$ 1 bilhão em contratos de dólar no mercado futuro (swap tradicional), o dólar renovou máximas ante o real na manhã desta quinta-feira (27), acima dos R$ 4,48 e atingiu o pico histórico.
O dólar à vista subiu até R$ 4,4861, alta de 0,94%, na esteira da máxima do dólar março, a R$ 4,4865, alta de 0,73%.
A moeda norte americana abriu o dia cotado a R$ 4,45 em meio a temores sobre a expansão do coronavírus.
O ajuste ante o real está mais forte do que a alta da divisa americana em relação a outras moedas emergentes ligadas a commodities latino-americanas.
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Às 11h05, o dólar subia 0,37% ante o peso argentino, 0,62% ante o peso chileno e 0,67% ante o peso mexicano.
Como funciona a intervenção do Banco Central?
Na manhã desta quinta-feira, o BC vendeu 20 mil contratos de dólar no mercado futuro (swap tradicional) em leilão extraordinário.
Do total, 2 mil papéis foram alocados no vencimento de agosto deste ano, 4 mil para outubro e 14 mil, para dezembro.
O que isso significa? Swap, na tradução livre, significa "troca" ou "permuta". É um termo utilizado como referência a contratos que permitem a troca de indexadores entre duas partes.
Ao vender esses contratos, o Banco Central quer tranquilizar investidores e empresários que possuem ativos ou passivos que variam conforme um indicador financeiro: moeda, indexador, commoditie, entre outros.
Se uma empresa tem um investimento atrelado ao CDI ou dívidas em dólar, por exemplo, ela vai precisar se proteger contra a possível alta do dólar e consequentemente o aumento de sua dívida. Por isso esses contratos são importantes.
Mercado prevê dólar a R$ 4,50
Para o operador Durval Correa, da Via Brasil Serviços Empresariais, tudo leva a crer que o dólar está a caminho dos R$ 4,50 e bolsa pode cair mais aos 100 mil pontos, por causa das reavaliações sobre o crescimento mundial devido a epidemia de coronavírus e seu impacto na demanda global por matérias-primas e produtos manufaturados.
Além disso, no Brasil, o risco político às reformas, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, convocar manifestação de rua contra o Congresso, eleva a inquietação porque é mais uma ameaça à retomada da economia, afirma ele.
"Ninguém sabe para onde vai o crescimento", afirma ele. "A pesquisa Focus da próxima segunda-feira deverá trazer projeções bem diferentes das atuais, já embutindo piora de expectativas por causa do coronavírus", prevê.
A cautela também antecede, segundo ele, a divulgação dos dados da balança comercial e de fluxo cambiais mais tarde.
"O IGP-M e a prévia do IPC-S hoje ajudam a apoiar a cautela com o crescimento da economia. "A volatilidade deve se acentuar", avalia.