Dólar volta a ficar abaixo de R$ 5, e Ibovespa fecha em alta de 1,68%
Divulgação de dados do PIB e do índice de preços dos EUA limita rendimentos dos títulos desse país e influencia cotação da moeda
Economia|Do R7
O dólar à vista encerrou a quinta-feira (26) em leve queda no Brasil, de 0,21%, voltando a ficar abaixo dos R$ 5, o que acontece pela segunda vez nesta semana, cotado a R$ 4,9912 na venda. O Ibovespa subiu 1,68%, a 114.730,06 pontos, de acordo com dados preliminares. Marcou o dia o recuo das taxas dos títulos americanos no exterior, após novos dados econômicos dos Estados Unidos serem divulgados.
Às 9h30, o Departamento de Comércio dos EUA informou, em estimativa preliminar, que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu a uma taxa anualizada de 4,9% no terceiro trimestre, a maior alta desde o quarto trimestre de 2021. As projeções eram de 4,3% (estimativas entre 2,5% e 6,0%).
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
Os números do PIB deram algum suporte ao dólar ante outras divisas. No Brasil, a moeda americana oscilou em margens bastante estreitas, com as cotações refletindo principalmente o cenário internacional.
Na B3, às 17h24 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a R$ 4,9900. A moeda dos EUA à vista acumula queda de 0,72% em outubro.
No mercado externo, o movimento do dólar arrefeceu diante de outros dados da economia dos Estados Unidos. O núcleo PCE, o índice de preços, que tem movimentado os ativos nas divulgações mais recentes, subiu 2,4% no terceiro trimestre, ante expectativa de alta de 2,5%. O índice cheio do PCE avançou 2,9%.
No mercado de Treasuries (títulos do Tesouro americano), os números do PCE ofuscaram os do PIB e fizeram os yields (a rentabilidade) recuarem de forma firme, com reflexos no mercado brasileiro de juros. A queda dos rendimentos dos Treasuries também abre espaço para a baixa, ainda que limitada, do dólar ante o real.
“O [rendimento do] Treasury ficou tranquilo, e este é o fator que tem mexido mais nos mercados. Isso acabou dando tranquilidade [ao mercado de câmbio] aqui também”, comentou Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.
Nesse cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 4,9886, retração de 0,26%, às 9h53, já após a divulgação dos números do PIB e do PCE. Na máxima, às 11h15, a moeda foi cotada a R$ 5,0206 (+0,38%). Apesar da alta ante o real, em alguns momentos da sessão, a divisa migrou definitivamente para o negativo durante a tarde.
“O câmbio teve sessão volátil, e o real não saiu do lugar, sentindo a perspectiva de piora no carrego local, com o dólar fechando levemente abaixo dos R$ 5”, resumiu Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, em comentário enviado a clientes.
Leia também
O recuo do dólar ante o real ocorreu em sintonia com a baixa da moeda americana ante outras divisas de emergentes no exterior, como o peso colombiano e o peso mexicano. No entanto, o dólar índex, que compara a divisa dos EUA com outras moedas fortes, sustentava leve alta no fim da tarde. Às 17h24 (de Brasília), o índice do dólar subia 0,05%, a 106.600.
À tarde, o BC (Banco Central) informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 3,375 bilhões em outubro até o dia 20. Pelo canal financeiro, houve entradas líquidas de US$ 1,010 bilhão e, pelo canal comercial, entradas de US$ 2,365 bilhões.
Em sessão de ajustes apoiados pelo alívio na curva futura de juros, o Ibovespa fechou o dia em alta, com Vale fornecendo apoio adicional após anúncio de dividendos e recompra de ações. Petrobras figurou entre as poucas quedas, pressionada pelo declínio do petróleo no exterior.
Na máxima do dia, o índice de referência do mercado acionário brasileiro chegou a 114.885,61 pontos e, na mínima, a 112.840,03 pontos. O volume financeiro somava R$ 18,7 bilhões antes dos ajustes finais.