Embraer e Boeing fazem parceria na áreas de aviação comercial e defesa
Empreendimento conjunto das duas empresas está avaliado em US$ 4,75 bilhões, dos quais a Boeing vai cobrir US$ 3,8 bilhões
Economia|com Thomaz Kravezuk, do R7*
A Embraer divulgou na manhã desta quinta-feira (5) que firmou uma colaboração com a Boeing para realizar negócios no segmento de aviação comercial. O acordo foi aprovado pelo conselho de administração da companhia.
Em comunicado, a empresa diz que será criada uma joint-venture (empreendimento conjunto) entre a Embraer – que terá uma parte de 20% – e a Boeing, que terá 80%, para desenvolver os negócios de aviação civil. A operação está avaliada em US$ 4,75 bilhões, dos quais a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões.
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Além da sociedade na aviação comercial, Embraer e Boeing terão parceria na área de defesa. Uma outra joint-venture com a empresa norte-americana deverá desenvolver novas aplicações para produtos de defesa, em especial para a venda internacional da aeronave brasileira KC-390.
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer", diz o vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, Nelson Salgado, por meio de comunicado.
A nova sociedade, controlada pela Boeing, será administrada por uma diretoria e um conselho de administração. A Embraer, por sua vez, terá direitos a governança e de veto em determinadas matérias, observados termos e condições a serem estabelecidos nos documentos definitivos.
Segundo a fabricante brasileira, a nova sociedade será uma companhia fechada com operações e sede no Brasil. "A Embraer permanecerá uma companhia aberta brasileira, registrada na categoria A, e com ações listadas no segmento especial do Novo Mercado da B3", acrescentou a empresa.
Mesmo após o acordo, a União permanecerá com os direitos relacionados às ações especiais (golden shares) das quais é dona. A fabricante de aviões brasileira afirmou também que consultará o governo brasileiro após consenso com Boeing sobre documentos definitivos.
A joint-venture terá uma política antidiluição. A Embraer terá o direito, em determinadas circunstâncias, de vender sua participação na nova sociedade para a Boeing.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Paulo Lima