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Enquanto acordo do tarifaço não vem, exportações de madeira para os EUA desabam 55%

Setor madeireiro acumula quatro meses de retração, com fábricas paradas, demissões e temor de perder mercado americano

Economia|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Exportações brasileiras de madeira para os EUA caem 55% devido a tarifa de 50% imposta pelos EUA.
  • Setor madeireiro enfrenta quatro meses de retração, com fábricas paradas e demissões.
  • Abimci alerta para o risco de substituição dos produtos brasileiros no mercado americano.
  • Negociações bilaterais entre Brasil e EUA são essenciais para reverter a situação.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Saída mais rápida para exportadores de madeira está nas negociações bilaterais wirestock no Freepik/Arquivo

As exportações brasileiras de produtos madeireiros para os Estados Unidos registraram queda média de 55% nos três primeiros meses de vigência da tarifa de 50% imposta por Washington.

A estimativa é da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), com base em dados da Secex/Mdic divulgados no dia 6 de novembro.


A retração atinge os principais segmentos do setor — molduras, compensados, portas, pisos e madeira serrada — e ameaça a sobrevivência de empresas que dependem do mercado norte-americano.

Segundo a Abimci, desde o anúncio da taxação, em julho, o setor acumula quatro meses de retração.


Sem o mercado americano, muitas indústrias reduziram a produção e outras interromperam atividades. Há milhares de trabalhadores em férias coletivas ou layoff, além de demissões que já ocorreram.

Negociações bilaterais

O superintendente da Abimci, Paulo Pupo, afirma que a única saída está nas negociações bilaterais.


“A única solução passa pelo avanço efetivo nas negociações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos para que as tarifas sejam readequadas e o comércio entre os dois países se normalize. No entanto, o que temos assistido é a falta de ações práticas e de agendas eficazes nessas tão necessárias negociações”, disse.

Pupo alerta ainda para o risco de substituição dos produtos brasileiros no mercado americano. Para ele, quanto mais o tempo passa sem indícios reais de avanço nas negociações, maior o risco de os produtos brasileiros serem gradativamente substituídos.


“Os clientes e importadores começam, naturalmente, a buscar suprimento e fornecedores em países com taxas menores, e o Brasil está muito exposto nesse movimento, pois tem hoje a maior taxa nominal do mundo”, ressaltou.

As negociações

O impasse comercial é tema de diálogo diplomático. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou na quarta-feira (12), no Canadá, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre a tarifa de 50% aplicada ao setor madeireiro.

Segundo o Itamaraty, o Brasil apresentou no último dia 4 uma proposta formal de negociação e uma nova reunião foi combinada para aprofundar o tema.

O ministro citou a conversa recente entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ocorrida na Malásia, como exemplo do esforço para reduzir as tensões comerciais entre os dois países.

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